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Aumenta o número de casos de violência infantil durante a quarentena

Psicóloga revela que houve um aumento de 160% nos atendimentos com o início do isolamento social

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(Divulgação: Agência Brasil)

(Divulgação: Agência Brasil)

O isolamento social tem sido importante para conter o avanço do novo coronavírus. Porém, é preciso estar atento com os acontecimentos de dentro da própria casa, já que a quarentena tem aumentado o número de denúncias e casos de violência à mulher e à criança. Esse alerta tem vindo de instituições que cuidam de casos de abuso infantil.

Quem tem dado esse aviso é a psicóloga e especialista em educação infantil Daniela Generoso. Ela é presidente do Instituto “É Possível Sonhar”, que atende crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência doméstica. A profissional diz que houve um aumento de 160% do número de atendimentos com o início da quarentena.

– Antes, recebíamos de 3 a 5 novos casos por semana. Só na última semana, recebemos 74 novos casos de crianças e adolescentes que sofreram violência dentro de casa. A tendência é aumentar ainda mais esse número – relata.  

Segundo a psicóloga, esse aumento de casos se dá pelo fato de algumas mulheres – que já são vítimas de violência, como agressão verbal e tortura psicológica – aceitarem o tratamento por acreditar que isso só acontece porque o “parceiro é grosseiro”. “Mas, agora, com confinamento, a crise financeira e/ou o uso abusivo de drogas e bebida, esses parceiros estão partindo pesado para a agressão física ou sexual”.

– No caso dos menores, os cuidadores dessas crianças estão frustrados emocionalmente, financeiramente ou estão sem paciência para lidar com os filhos – revela.

Daniela comenta também que muitas mães acabam não fazendo nada por medo de represália ou de não ter onde ir nem como se proteger. A psicóloga sugere que, caso tenha alguma suspeita de violência com os filhos, é importante providenciar as cópias dos documentos principais (dela e dos filhos), uma muda de roupa para qualquer eventual fuga de emergência e estabelecer um contato de confiança e apoio. “Antes de denunciar, é preciso estar em segurança”.

Daniela explica que os principais indícios, de que a criança está sofrendo violência, surgem quando o(a) filho(a) deixa de falar com a mãe ou o pai, diminui o contato, muda o comportamento, aparece com manchas no corpo, mostra um estado abatido e depressivo. “Quando isso começa acontecer, é preciso ter atenção”.

– Para esses casos, a pessoa pode buscar fazendo denúncias, como o disque 100, buscar apoio da Defensoria pública e procurar instituições que trabalham com a violência doméstica e infantil, como o Instituto É possível sonhar – conclui.

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