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Bolsonaro chama passaporte da vacina de ‘coleira que querem colocar no povo brasileiro’

Antes, o presidente da República já havia distorcido uma proposta da Anvisa sobre a exigência do comprovante de vacinação

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Imagem do presidente Jair Bolsonaro
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Presidente da República, Jair Bolsonaro, durante a cerimônia de assinatura de termos de autorização de uso de radiofrequências pelas empresas vencedoras das faixas do leilão do 5G, no Palácio do Planalto, em Brasília

Antes, o presidente da República já havia distorcido uma proposta da Anvisa sobre a exigência do comprovante de vacinação
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), classificou como “coleira” o chamado passaporte da vacina, adotado em outros países e defendido por cientistas e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como requisito para entrada de viajantes no Brasil. A declaração em questão aconteceu durante um discurso do chefe do Executivo no Palácio do Planalto, em cerimônia de assinatura dos contratos com as empresas vencedoras do leilão do 5G.

“Nós vemos uma briga enorme aqui agora sobre passaporte vacinal. Quem é favorável, não se esqueça: amanhã alguém pode impor algo para você que você não seja favorável. E a gente pergunta: quem toma vacina pode contrair o vírus? Pode e contrai. Pode transmitir? Sim e transmite. Pode morrer? Sim, pode, como tem morrido muita gente, infelizmente. A gente pergunta: por que o passaporte vacinal? Por que essa coleira que querem colocar no povo brasileiro?”, afirmou Bolsonaro. “Cadê nossa liberdade? Prefiro morrer do que perder minha liberdade”, completou.

Ainda nesta terça-feira, pela manhã, o presidente já havia distorcido uma proposta da Anvisa sobre o passaporte da vacina. Na ocasião o mandatário disse que a agência reguladora estava sugerindo “fechar o espaço aéreo” do Brasil.

“Estamos trabalhando agora com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, porr*? De novo vai começar esse negócio? Ah, a ômicron. Vai ter um montão de vírus pela frente, de variantes talvez. Peço a Deus que esteja errado. Temos que enfrentar. Temos aqui o Braga Netto, ministro da Defesa, ninguém vai ganhar a guerra na trincheira. Chega do fique em casa e economia vê depois”, declarou o chefe do Executivo, durante o discurso no evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para apresentar propostas para a retomada da produção e geração de emprego.

Após essa fala de Bolsonaro, a agência veio a público por meio de comunicado e negou ter feito tal proposta. Segundo a Anvisa, no último dia 01º, ela apenas reforçou a recomendação enviada à Casa Civil para que o Brasil adote medidas mais rigorosas no acesso de viajantes ao país a fim de evitar o aumento dos casos da Covid-19 depois da descoberta da variante ômicron.

Vale destacar que, já na noite desta terça, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga anunciou que o governo não exigirá dos viajantes a apresentação do passaporte da vacina, mas um teste negativo do tipo RT-PCR. Além do exame, que obrigatoriamente terá de ter sido realizado em no máximo 72 horas antes, haverá a exigência de uma quarentena de cinco dias para os não vacinados.

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