Dia do Idoso: ‘Os idosos são os seres que mais conseguem se adaptar na Terra’

Neste dia 1º de outubro é celebrado o Dia Nacional do Idoso e o Dia Internacional da Terceira Idade. Atualmente, os idosos representam 14,3% dos brasileiros, ou seja, 29,3 milhões de pessoas. Em 2030, o número de idosos deve superar o de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos. O número de pessoas com idade igual ou superior a 60 anos vai mais que dobrar no mundo em 2050, passando de 900 milhões em 2015 para cerca de 2 bilhões.

O Dia do Idoso é uma data muito importante para que a sociedade reflita sobre o papel social dessas pessoas atualmente. Segundo a médica geriatra e criadora do projeto Cantinho da Geriatria, Roberta França, ainda há muito para lutar a favor dos idosos. “Parece ser bobagem falar isso em pleno 2021, mas a sociedade trata o idoso como se estivessem sendo punidos por terem envelhecido. Apesar de saber da necessidade da evolução e da importância daqueles que vieram antes de nós, a sociedade costuma descartar e ignorar os idosos. É como se tudo que existe hoje tivesse surgido agora, como mágica, e que tudo que existe hoje não fosse fruto do trabalho de quem hoje é idoso”, relata.

Roberta chama atenção para a forma como os idosos tiveram que se adaptar a tantas mudanças que o mundo teve nos últimos tempos: “Os idosos são os seres mais adaptativos da Terra. Eles tiveram que se adaptar à chegada do rádio, da televisão, do carro, do avião, das redes sociais, do fogão elétrico, da máquina de lavar roupas… eles tiveram que se reinventar ano após ano. Para quem já nasceu com tudo isso construído, é muito fácil viver neste mundo. Mas pra quem teve que reaprender todos os dias a caber nesse novo mundo, é muito difícil, então eles são verdadeiros heróis”, reflete. A prova viva dessa adaptabilidade são os idosos que viralizam na internet fazendo vídeos sozinhos ou com familiares, como a Vovó do Galo e os Vovôs Tiktokers, e também artistas que atravessam as décadas com suas carreiras consolidadas, como a cantora Madonna, atualmente com 63 anos.

É claro que, com o passar do tempo, os idosos vão ter suas limitações, uma lentificação do movimento e do pensamento, mas tudo bem. É preciso ter um pouco mais de paciência para ouvir suas histórias, respeitar seu tempo, seus movimentos. Afinal, também vamos ter essas dificuldades no futuro. Segundo Roberta França, não existe fórmula da eterna juventude.

“A única maneira de viver muito é envelhecendo. Se queremos viver, vamos ter que envelhecer, e vamos ser esses velhos que vão ter dificuldades para atravessar a rua, segurar um copo, pensar um pouco mais para lembrar de um fato. E tomara que, no futuro, tenhamos ao nosso redor pessoas que respeitem esse nosso processo de vida, para que consigamos viver em uma sociedade mais justa, igualitária e respeitosa com todos aqueles que vieram antes de nós”, finaliza.