Brasil

Eleitorado da América Latina defende maior representação LGBT+ na política, mostra pesquisa

A maioria dos eleitores (63%) do Brasil, Argentina, Colômbia e México são a favor  de pessoas LGBT+ concorrerem e ocuparem cargos públicos. A divulgação da pesquisa inédita sobre o tema na América Latina, encomendada pela fundação global Luminate ao Instituto Ipsos, é uma boa notícia às vésperas do Dia Internacional do Orgulho LGBT+. O levantamento mostra que, além de apoiar o direito, a maioria (55%) é favorável ao aumento dessa representação.

O Brasil se destaca não apenas por ser o país que mais apoia pessoas LGBT+ na política (67%), como também o que mais deseja um aumento de representantes dessa comunidade, com 59%. É seguido de perto pela Argentina (55%). Na Colômbia e no México, o índice é de 51%. As mulheres brasileiras compõem o maior contingente de apoio, 65%, enquanto os homens chegam a 53%.

“As pessoas querem e merecem uma democracia verdadeiramente representativa, na qual todos e todas, inclusive as pessoas LGBT+, possam participar ativamente da construção de uma sociedade mais justa”, disse Felipe Estefan, vice-presidente da Luminate para a América Latina. “A versão da democracia que elas esperam ver no futuro inclui todas as cores do arco-íris.”

Apesar de ser o país com mais vitimas transgêneros, segundo a organização Transgender Europe, o Brasil é líder entre os quatro países no apoio à presença de pessoas trans em cargos públicos: 57% se disseram totalmente confortáveis, contra 49% na Argentina, 40% no México e apenas 37% na Colômbia. O eleitor brasileiro demonstrou níveis semelhantes de “conforto” com a presença de mulheres lésbicas (57%) e homens gays (58%).  

O estudo LGBT+ na política: percepções do eleitorado na América Latina revelou que o apoio à representação LGBT+ se baseia mais em uma crença na igualdade entre os indivíduos do que no diferencial em ter esses representantes em cargos políticos. No Brasil, embora a tendência se mantenha, o eleitorado é o que mais reconhece o valor específico da presença LGBT+ nos espaços da política institucional.

A proporção dos que defendem em algum nível que o mais importante é discutir e implementar pautas que promovam a igualdade, independentemente da orientação sexual ou da identidade de gênero, é de 60% no geral. No Brasil, é de 53%, o menor percentual, enquanto menos da metade dos latinoamericanos (47%) acredita que a falta de representação prejudica a garantia de direitos da comunidade. No Brasil a concordância sobe para 51%, ou seja, ao menos metade dos brasileiros reconhece o vínculo entre participação e promoção de equidade.

Apenas 18% do eleitorado ouvido nos quatro países apoia que representantes da diversidade sexual e de gênero se dediquem exclusivamente a pautas LGBT+, sinalizando a expectativa de que esses políticos priorizem pautas mais amplas.

“As pessoas LGBT+ enfrentam desigualdades, violências e discriminação na América Latina. Garantir sua participação na vida política é fundamental para evitar retrocessos e avançar na garantia de seus direitos”, diz Estefan. “Além disso, elas agregam perspectivas plurais a temas que interessam a toda a sociedade. Precisamos trabalhar coletivamente para que elas encontrem espaço nos partidos políticos, tenham condições de concorrer e ser eleitas e estejam seguras para exercer uma liderança que promova direitos e igualdade para todas as pessoas.”

A crença na igualdade entre representantes LGBT+ e não LGBT+ também fica evidente na pergunta sobre quais atributos seriam mais importantes em um candidato LGBT+ à Presidência da República. As respostas mais frequentes foram competência (23%), profissionalismo (22%), ética (20%) e abertura ao diálogo (10%), ou seja, as mesmas características esperadas de qualquer candidato.

Para 73%, pessoas LGBT+ e não LGBT+ são igualmente capazes de serem boas lideranças. Só 20% concordam que a orientação sexual de um candidato deve ser o critério para o voto. Apesar disso,  preconceito e discriminação (49%) estão listados como os principais obstáculos à participação desta comunidade na política. No Brasil, 52% apontaram esses fatores, o que indica maior percepção do problema. Outros desafios seriam a falta de apoio de partidos (38%) e o receio de sofrer com represálias e ameaças (29%). Só 16% afirmaram que não existem barreiras.

No momento em que a “PEC da Anistia” prepara, no Brasil, o perdão para partidos que descumpriram cotas orçamentárias de sexo e raça, a pesquisa mostra apoio de 54% dos eleitores brasileiros à distribuição igualitária desses recursos. Já a adoção de cotas para candidatos LGBT+ teve apoio menor, de 39%.

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