Envelhecimento de pessoas com deficiência intelectual inicia precocemente e exige atenção

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia já declarou que não é exagero afirmar que o envelhecimento de pessoas com Síndrome de Down e outras deficiências intelectuais se inicia aos 30 anos. Cuidados com a saúde e desenvolvimento cognitivo são essenciais para que nessa fase, essas pessoas se mantenham saudáveis física e mentalmente. É com esse objetivo que a Fundação Dona Paulina de Souza Queiroz oferece atendimento a esse público em fase de envelhecimento.

No espaço, atividades como trabalho, lazer, esporte e cultura são utilizadas como ferramenta de desenvolvimento pessoal, intelectual e humano das pessoas com DI. Colaborando, assim, para que elas tenham cada vez mais suas expectativas de vida melhoradas.

O local tem capacidade para atender até 140 pessoas com deficiência intelectual e TEA (Transtorno do Espectro Autista). Atividades cognitivas, pedagógicas e de lazer são oferecidas a fim de promover a essas pessoas melhora na qualidade de vida e fortalecimento de autonomia.

Além dos programas voltados ao envelhecimento, a Fundação conta também com um grupo de emprego apoiado, que visa incluir as pessoas com deficiência intelectual no mercado de trabalho.

O programa tem como objetivo desenvolver uma série de ações estratégicas para a promoção da empregabilidade de pessoas com deficiência intelectual e/ou TEA que estão com dificuldade para ingressar no mercado de trabalho ou que não tiveram a oportunidade de se capacitar profissionalmente. Fato que pode prejudicar de forma bastante crítica a imagem dessas pessoas em relação às suas competências, ratificando preconceitos e as impedindo de ingressarem no mundo social.

Os atendimentos são híbridos, ou seja, há assistidos pagantes, mas também é destinada uma parcela das vagas para alunos carentes que são mantidos por meio de doações, padrinhos e voluntários.

Outra maneira encontrada pela Fundação para angariar fundos para as atividades gratuitas é o cowrking solidário. Funciona assim: nas dependências da sede da Fundação, há oito estações de trabalho, com capacidade para oito pessoas, além de uma sala de reunião para 20 pessoas e um auditório equipado para 60 pessoas. Todos esses espaços podem ser locados por hora e o dinheiro é convertido em doações para cobrir os custos dos não-pagantes.

História da Fundação

A entidade foi oficialmente inaugurada em 19 de julho de 1939, atendendo 20 crianças com algum tipo de deficiência intelectual por benemérito de Dona Paulina de Souza Queiroz. Ao morrer, ela determinou em testamento que sua fazenda na região na região central de São Paulo, fosse transformada em uma instituição para pessoas com deficiência intelectual, chamados à época de débeis mentais.

Ainda por determinação de Paulina, nada de sua mansão foi retirado e até mesmo sua pianola ficou no local para atividades dos atendidos. Pianola, inclusive, que ainda se encontra na atual sede da Fundação, juntamente com outros objetos pessoais, e hoje, históricos, de Dona Paulina.

Após desapropriação do local, para modernização da cidade, a Fundação passou por alguns locais e ficou até mesmo um bom tempo fechada (40 anos). Em 2020, ela voltou a funcionar em um outro endereço: Avenida Vereador José Diniz, 2436, Brooklin (São Paulo).

A equipe multidisciplinar da Fundação está à disposição para falar sobre o envelhecimento das pessoas com Síndrome de Down, autismo e outras deficiências intelectuais e as atividades fundamentais para que essa fase da vida seja prolongada para essas pessoas.