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Fenômeno das ‘Casa de Bruxas’ no Japão: desafio ou oportunidade?

Corretor Guilherme Nogueira explica situação das casas que vem se espalhando pelo país

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Fenômeno das 'Casa de Bruxas' no Japão: desafio ou oportunidade (Foto: Divulgação)
Fenômeno das 'Casa de Bruxas' no Japão: desafio ou oportunidade? (Foto: Divulgação)

Guilherme Nogueira, influente corretor de imóveis de luxo e um dos 50 corretores mais seguidos do Brasil, tem analisado um fenômeno singular: o das “Casas de Bruxas” no Japão. Estas propriedades, muitas vezes envoltas em contos de superstições, têm se tornado cada vez mais populares no mercado imobiliário japonês. Nogueira, que se destacou no setor imobiliário por sua forte presença nas redes sociais e conteúdo diferenciado, compartilha suas reflexões sobre esse fenômeno.

Guilherme Nogueira tem uma abordagem diferenciada para esse fenômeno. Com uma década de experiência no mercado imobiliário de alto padrão, ele vê as “Casas de Bruxas” como uma oportunidade única. “É um fenômeno enraizado culturalmente. As ‘Casas de Bruxas’, apesar das conotações negativas, também representam oportunidades de negócio únicas”, explica Nogueira.

As chamadas “Casas de Bruxa” no Japão, são casas abandonadas e com um aspecto deteriorado e perturbador, causam preocupação no governo local e deixam visitantes e moradores preocupados. De acordo com informações da BBC, em 2018, 13,6% de todas as propriedades do país eram classificadas como ‘akiyas’ — casas sem herdeiros ou inquilinos. A tendência é de agravamento da situação, pois a população japonesa com mais de 70 anos ultrapassa os 20%, ao passo que as taxas de natalidade continuam em declínio. Em outras palavras, existe um excesso de residências no Japão em comparação com a quantidade de habitantes disponíveis para ocupá-las. E apesar da conhecida superpopulação em Tóquio, não são apenas as áreas rurais que estão enfrentando um aumento no número de ‘akiyas’.
Ele pontua que, para entender essas propriedades, é crucial entender a cultura japonesa e sua relação com o sobrenatural. “Histórias de fantasmas e espíritos são comuns e muitas vezes são associadas a estas propriedades. Mas, na verdade, muitas delas são apenas casas que foram desocupadas por um longo período”, disse Nogueira.

Nogueira aponta que muitas dessas propriedades estão em ótimas localizações e podem representar uma oportunidade de investimento acessível. “Elas poderiam ser uma opção para quem está procurando por moradia ou até mesmo para investidores. Com uma reforma adequada e manutenção, essas propriedades podem se tornar lares atraentes”, analisa.
Nogueira acredita que a crescente popularidade dessas propriedades pode ser uma solução para o problema de imóveis vazios no Japão. “Precisamos mudar a percepção das pessoas sobre essas casas. Elas não são ‘mal-assombradas’, são apenas casas desocupadas, que estão sem herdeiros ou proprietários. Com uma mudança de perspectiva, essas ‘Casas de Bruxas’ podem se tornar oportunidades encantadoras no mercado imobiliário”, finaliza.

Guilherme ainda acrescenta que para quem deseja investir ou morar no Japão as “Akiyas” podem ser uma grande oportunidade. “Para lidar com o aumento de casas desocupadas, alguns municípios japoneses estão implementando estratégias variadas: fornecer residências gratuitamente ou a preços muito baixos para novos residentes. Segundo o jornal Nikkei, Okutama é uma das cidades que optaram pela doação de casas, algumas das quais estão sendo convertidas em estabelecimentos comerciais como ateliês e restaurantes. Por outro lado, Tochigi e Nagano adotam a tática de oferecer esses imóveis por valores bastante acessíveis: é possível adquirir uma “casa de bruxa” por módicos 50 mil ienes ou cerca de R$ 1.800 reais”, conclui o corretor.

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