Importância da adoção e como ela pode mudar a vida de uma família

Em junho de 2022, em Santa Catarina, foi noticiado o caso de uma menina de 11 anos que foi estuprada e descobriu a gravidez após mais de 20 semanas de gestação. A juíza, em audiência, afirmou que o aborto não deveria ser realizado pois hoje há “30 mil casais que poderiam querer o bebê”. Benjamin Cano, que tem dois filhos adotados, discorda do argumento. “É um absurdo que, em 2023, uma criança de 11 anos tenha que ouvir que, diante de tudo o que aconteceu com ela, o seu filho tem que ser mantido para alegrar outra família. É nojento”, diz.

E mesmo que a criança vá para outra família, o processo não é o mais fácil do mundo. Extremamente burocrático, o caso de Benjamin Cano, que já tinha um filho adotado, demorou quase 4 anos para conseguir adotar a outra.

“Quando cheguei no Brasil e percebi que poderia adotar sem ser casado com Louis, já decidi que adotaria”, conta ele.

E mesmo seguindo o processo de adoção à risca, Benjamin desabafou que os dois foram bem diferentes. “Com o Vinícius foi mais simples, porque quando o conhecemos, os genitores já estavam destituídos de poderes familiares. Já no caso da Lucrécia, por se tratar de uma adoção ‘intuitu personae’, o processo é mais complicado.”

Apesar das dificuldades, Benjamin aconselha a enfrentar a adoção. “Pode ser demorado, mas vale a pena”, afirma. “Tudo mudou na minha vida, ela chegou a ter um sentido. Virei um adulto, responsável e hoje em dia, vivo pelos meus filhos.”