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Oncologista explica importância da vacina contra HPV para prevenir câncer do colo do útero

Nova vacina protege mais de 90% contra determinadas neoplasias

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Oncologista explica importância da vacina contra HPV para prevenir câncer do colo do útero (Foto: Divulgação)
Oncologista explica importância da vacina contra HPV para prevenir câncer do colo do útero (Foto: Divulgação)

Atrás apenas do câncer de mama e colorretal, o câncer do colo do útero é um dos mais comuns entre a população feminina. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima para cada ano do triênio 2023-2025 mais de 17 mil novos casos da neoplasia no Brasil. Só no estado do Rio de Janeiro, são previstos 1.540 novos diagnósticos e na capital, 570.

A oncologista clínica Andreia Melo, da Oncoclínicas Rio de Janeiro chama a atenção para a vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), vírus sexualmente transmissível capaz de infectar a pele ou as mucosas, causando desde sintomas inespecíficos até a formação de verrugas e tumores malignos como o câncer de colo do útero, de pênis, canal anal, entre outros.

“Desde o ano passado (2023) já temos disponível no Brasil a vacina nonavalente, que cobre nove subtipos do HPV. Essa vacina protege mais de 90% contra os tumores HPV relacionados como o de colo de útero, canal anal, orofaringe, vulva, pênis e vagina”, explica. A nonavalente está disponível somente na rede privada com um custo médio de R$ 900,00 cada aplicação. Recomenda-se duas doses para meninos e meninas entre 9 e 14 anos e três doses para adultos até 45 anos.

Já a vacina quadrivalente (HPV4), disponível na rede pública, protege de quatro subtipos de HPV. A recomendação do Ministério da Saúde são duas doses, em meninos e meninas, entre 9 e 14 anos.

“A vacinação é uma das principais formas de prevenção contra o HPV e o ideal é que seja administrada antes de iniciar a vida sexual”, aconselha a especialista.

Fatores de risco e rastreio para o câncer do colo do útero

O câncer do colo do útero, também chamado de câncer cervical, apresenta pico de incidência em mulheres na quinta década de vida, mas pode acometer também jovens entre 20 e 30 anos. Ele é causado pela infecção persistente por alguns tipos do papilomavírus humano (HPV).

Multiplicidade de parceiros, o não uso de preservativos, tanto feminino como o masculino, e o tabagismo estão também entre os fatores de risco para a neoplasia.

O principal método de rastreamento para o câncer do colo do útero é o exame citopatológico, mais conhecido como teste de Papanicolau. Ele deve ser realizado uma vez por ano até os 65 anos de idade, seguindo orientação do ginecologista. A pesquisa da presença do HPV também é importante neste contexto, porém, ainda não está disponível na rede pública.

Tratamentos

Cirurgia, quimioterapia, radioterapia, braquiterapia e a imunoterapia estão entre os tratamentos possíveis para o câncer do colo do útero. A decisão pelo tipo de tratamento dependerá do estadiamento da doença.

“Temos bons resultados para a quimioterapia aliada a imunoterapia em tumores metastáticos. Há redução no risco de morte em 40%, aumento na taxa de resposta do tratamento e melhora na qualidade de vida”, explica a oncologista.

Em 2023, foi apresentado, durante o congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), um estudo promissor, aliando o tratamento de quimioterapia, radioterapia, braquiterapia e imunoterapia para os tumores localmente avançados. “O estudo mostrou um aumento na sobrevida e na qualidade de vida das pacientes, mas ainda precisamos esperar a liberação do tratamento aqui no Brasil”, finaliza Melo.

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