Pesquisa revela que 50% dos líderes e liderados estão sobrecarregados

Cansaço, sobrecarga, desânimo e vontade de mudar de emprego são sentimentos comuns a muitos trabalhadores, inclusive em profissionais que exercem cargos de liderança. Uma nova pesquisa da Reconnect Happiness at Work em parceria com a Feedz aponta que os profissionais andam desengajados e sobrecarregados com seu trabalho. Dos profissionais ouvidos no levantamento, 55,6% exercem papéis de liderança (gestores, diretores ou CEOs) e 44,4% são pessoas colaboradoras. Metade deles alega sobrecarga. No caso dos líderes, não ter um escopo de trabalho bem definido pesa no sentimento. A pesquisa também questionou os motivos que levariam os profissionais a se desligar de seu atual emprego. Para 41%, a principal razão é a questão financeira, enquanto 22% destacam a falta de conexão com o propósito da empresa. 

Como as empresas podem melhorar as condições de trabalho? Segundo o especialista em Liderança e Gestão de Carreira Fabrício César Bastos, existem dois pontos principais que contribuem para esse aspecto. “O primeiro é como o trabalho tem se desenvolvido nas organizações. Foi muito comum, após a pandemia, que as empresas tomassem decisões difíceis, como demissões e reestruturações. Muitas vezes, um time onde tinham, por exemplo, dez pessoas, acabou ficando com sete. O trabalho das três que saíram foi redistribuído entre os que ficaram. Além das próprias tarefas, as pessoas tiveram que dar conta do trabalho de quem saiu. Uma das possibilidades para amenizar isso é pensar na potencialização de recursos, ou em um redimensionamento da equipe para equilibrar os projetos envolvidos com a empresa. Definição de prioridades e gestão de tempo podem contribuir muito”, analisa.

Fabrício diz que outro ponto é como líderes, que também por vezes estão sobrecarregados, podem fazer essa roda girar. “Além das lideranças terem recursos, é importante saber como desenvolver e treinar o seu time. Quanto mais rápido as pessoas aprendem mais rápido, mais tarefas podem ser delegadas. No momento atual, muitas pessoas acabam, mesmo em cargos de liderança, fazendo atividades mais operacionais e táticas. Então esses aspectos de redirecionamentos do time e também o desenvolvimento de competências e delegação de tarefas podem ser aspectos para potencializar isso”, afirma.