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PIX Automático foi aprovado pelo Banco Central para 2024

Professor de Finanças na Escola de Negócios PUC Rio traz informações sobre a nova modalidade

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PIX Automático foi aprovado pelo Banco Central para 2024 (Foto: Divulgação)
PIX Automático foi aprovado pelo Banco Central para 2024 (Foto: Divulgação)

Divulgado pelo Banco Central neste mês, com previsão de implantação em abril de 2024, o PIX automático nasce alinhado à estratégia desta autoridade monetária de automação e democratização do uso dos serviços bancários. Como o Banco Central vem divulgando, essa nova opção de pagamento ou transferência vai ampliar as alternativas atualmente disponíveis para que as empresas recebam com frequência e segurança os valores a que têm direito junto aos seus clientes.

A nova modalidade nasce alinhada com a estratégia do PIX tradicional, trazendo uma nova funcionalidade: a de permitir que os clientes dos bancos possam efetuar a quitação de despesas recorrentes sem precisar autenticar cada transação.

“Na prática, assim como a TED veio a substituir boa parte das operações das transferências por DOC e a primeira versão do PIX, as operações de débito e TED, a maior vantagem do PIX Automático será a de substituir as atividades de Débitos Diretos Autorizados (DDA)”, explica o responsável pela Área de Finanças e Administração da Escola de Negócios PUC Rio, professor Roberto Gil Uchôa.

No caso do PIX Automático, por se tratar de pagamento recorrente e habitual, provavelmente, o banco exigirá o cadastramento prévio do fornecedor e os usos de diferentes senhas para acessar a conta corrente e aprovar o fornecedor e o PIX Automático.

“O PIX Automático é tão seguro quanto o PIX tradicional. Como já existe hoje, por exemplo, os bancos disponibilizam algumas funções de controle preventivo aos seus clientes, como o cadastro de fornecedores ou destinatários e a possibilidade de designar um limite de valor de transferência”, ressalta Uchôa.

De acordo com o ACI Worldwide e a GlobalData, o Brasil já é o segundo país no ranking de pagamentos instantâneos. Para o professor, a pandemia trouxe ao comportamento do consumidor o hábito de aprender a lidar com ferramentas de internet, como diferentes aplicativos, e com as transações automáticas com seus bancos.

“No Brasil e no mundo, vimos um aumento descontrolado da inflação e do desemprego, o que dificultaria mapear se esse aumento de gastos teve como causa a retração do poder de compra dos clientes ou p descontrole pessoal financeiro. Mas, sim, existem estudos que permitem concluir que o usuário de cartões – débito ou crédito –, em face da facilidade de gastos, tem maior descontrole financeiro”, comenta.

As regras da nova modalidade serão publicadas em setembro deste ano e o desenvolvimento do sistema será feito entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024. Mas, os clientes já podem ficar atentos para não zerar a conta e manter o controle de gastos. “Se cada um souber como usar todas as ferramentas de controle prévio, disponibilizadas pelo seu banco, como não compartilhar senhas, cadastrar previamente fornecedores e limites de valores para uso do PIX, ele mesmo já terá uma segurança maior”, afirma Uchôa.

O professor e consultor alerta que, quando é perguntado se sempre recomenda baixar os aplicativos de bancos e cartões para um celular extra que fique guardado em casa, responde que sim, pois aumenta a segurança, esvaziando o celular de uso comum de qualquer funcionalidade de acesso a cartões ou a contas bancárias.

PIX pago

Como as operações de débito em conta ou emissão de boletos já são cobradas do cliente Pessoa Jurídica, é possível que dois fenômenos ocorram: os bancos continuarão cobrando pelo novo PIX, o que não deve aumentar significativamente as despesas da empresa, pois ele virá em substituição a outras transações e a competividade entre os bancos pode ser benéfica para as empresas, à medida que eles poderão negociar pacotes de tarifas customizadas para seus clientes.

“Ao observar o que temos hoje para o PIX, as pessoas físicas continuarão de fora da cobrança de tarifas. Mas, os beneficiários dos pagamentos do PIX Automático poderão ser tarifados. A evolução tecnológica é um processo natural da sociedade. Novidades como o PIX trazem sempre mudanças de comportamento”, conclui o professor da PUC Rio.

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