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Universidade periférica realiza evento internacional para debater racismo e acesso dos migrantes à direitos no Brasil

Entrada será gratuita

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Universidade periférica realiza evento internacional para debater racismo e acesso dos migrantes à direitos no Brasil (Foto: Divulgação)
Universidade periférica realiza evento internacional para debater racismo e acesso dos migrantes à direitos no Brasil (Foto: Divulgação)

O Museu do Amanhã recebe neste sábado (23), a partir das 9h30, o evento “Diálogos: Mudando” da narrativa sobre migração. A ação, que é uma realização da Universidade Internacional das Periferias (UNIperiferias) em parceria com o MIDEQ (Desenvolvimento e Igualdade através da Migração) e com a People’s Palace Projects do Brasil (PPP do Brasil), contará com a presença de personalidades renomadas como a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco; a gerente de Relações Etnico-Raciais da Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, Luiza Mandela; o ativista social e empreendedor Raull Santiago; entre outros.

“Os haitianos contribuem para o “empretecimento” do Brasil desde 2010, representando um dos maiores fluxos migratórios ao Brasil deste século.” documentário “Chache Lavi”, direção Clementino Jr.

O encontro visa debater o racismo e o acesso à justiça sob o contexto migratório, e com isso, reduzir as desigualdades e contribuir para o desenvolvimento dos países do Sul Global, além de chamar a atenção para as rotas migratórias entre países pobres e em desenvolvimento do sul global responsáveis por um terço de todo movimento migratório no mundo, chegando a 70% da migração em alguns países advindo do Sul Global.

O diretor da UNIperiferias Felipe Moulin destaca que o evento lança novos olhares e narrativas sobre a migração no Brasil que recebeu 72 mil haitianos após o terremoto que devastou o país em 2010 matando 300 mil pessoas.

“O Brasil não estava preparado para receber o grande fluxo de haitianos, apesar de se projetar como uma potência global. Faltavam políticas de recepção, integração, migração e asilo, tornando desafiador para os haitianos estabelecerem vidas confortáveis com empregos”, ressalta Felipe Moulin.

Ismane Desrosiers, pesquisador Haitiano, fala desses inúmeros desafios enfrentados pelos migrantes.

“A questão da língua é um desafio significativo para quem chega a um país. Em relação à empregabilidade, é sabido que o desemprego é um problema generalizado no Brasil, afetando também os migrantes. Muitas vezes, a nossa formação acadêmica não é reconhecida no Brasil, o que torna ainda mais difícil encontrar trabalho adequado.”

O evento é inclusivo e contará com a participação de 80 pesquisadores brasileiros, haitianos e de 12 países reunidos no Rio, sendo de seis países de origem e de seis países de destino. Cada país contou com uma organização dedicada à produção de dados quantitativos e qualitativos para aprofundar a compreensão do fenômeno da migração.

Além das mesas de debate, o evento também irá lançar uma animação, exibição de documentário, um livro e uma revista sobre migração e uma intervenção artística com apresentação de coral, dança e percussão.

Segundo Paul Heritage, diretor do People’s Palace Projects – um centro de arte e pesquisa para justiça social – e professor da Universidade Queen Mary, em Londres, esta pesquisa e o encontro internacional no Rio de Janeiro fortalecem o debate sobre racismo e inclusão no Brasil também através da experiência de trocas culturais que enfatizam a riqueza da diversidade trazida por migrantes ao Brasil. “Esse encontro é de suma importância para o Brasil e para o mundo porque enfatiza o poder da diversidade artística em promover o diálogo e transformar os discursos e visões sobre a migração no Sul Global”.

SERVIÇO:

Diálogos: Mudando da narrativa sobre migração

Data: 23/09/2023

Horário: Das 09h30 às 14h

Local: Museu do Amanhã — Praça Mauá, 1 – Centro, Rio de Janeiro

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