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Ciência

Especialista em HPV explica mitos e tabus sobre o vírus

Brasil registra hoje em torno de 10 milhões de infectados

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Especialista em HPV explica mitos e tabus sobre o vírus (Foto: Freepik/ Reprodução)

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil registra hoje em torno de 10 milhões de infectados pelo vírus do HPV – a cada ano, surgem 700 mil novos casos de infecção. E o problema se agrava quando percebemos que boa parte da população está inteiramente desinformada sobre o assunto.

Segundo Flávia Menezes, ginecologista carioca, especialista em HPV, esta desinformação prejudica também a própria prevenção de novos casos:  “Estudos indicam que oito a cada dez mulheres tiveram, têm ou terão contato com algum tipo de HPV  em algum momento da vida.  E, apesar de a infecção pelo vírus ser a doença sexualmente transmissível mais comum no mundo, segue enorme o desconhecimento sobre ela, o que gera em muitos casos sofrimento desnecessário”.

Há 26 anos, Flávia se dedica ao diagnóstico das lesões causadas por esta DST, por meio do exame conhecido como Colposcopia. Formada pela UFRJ em Ginecologia, Obstetrícia e Patologias do Trato Genital Inferior (Colposcopia, Vaginoscopia e Vulvoscopia), ela se impôs a missão de informar e ajudar as mulheres que contraem o HPV a entendê-lo melhor e, sobretudo, a não se desesperar.

“Contraí o HPV, aos 24 anos e vi, já ali, que a falta de informações era outro problema a enfrentar. A esmagadora maioria daquelas que contraem o vírus consegue eliminá-lo naturalmente, sem que se desenvolvam verrugas ou lesões no colo do útero. É fundamental que as mulheres entendam que a infecção pelo HPV é um fator necessário, mas não suficiente, para o desenvolvimento do câncer do colo do útero”, acrescenta.

Desde que optou por se especializar em HPV e na realização de Colposcopias, Flávia estima ter feito mais de 20 mil exames e mais de 2 mil cirurgias para tratamento de lesões pré-cancerígenas. Membro da American Society for Colposcopy and Cervical Pathology (ASCCP) e da Associação Brasileira de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia-RJ (ABPTGIC-RJ), ela se atualiza continuamente para oferecer às clientes informações sobre as mais recentes descobertas a respeito da doença e ajudá-las a lidar melhor com o diagnóstico do HPV.

No podcast “HPV e outros assuntos” – www.youtube.com/channel/UCIWNbvPKlQy8E6WBwiY-HWA – e em seu perfil no Instagram (@hpvsemmedo), a médica responde às mais variadas perguntas sobre a DST, sempre com uma linguagem acessível. “Acredito na missão do médico de informar e derrubar mitos. Não basta fazer um bom exame, é necessário aliviar as angústias, confortar e acolher seus pacientes”, diz.

Algumas perguntas & respostas sobre o HPV

●       O HPV é transmitido apenas através da relação sexual?

Não. A contaminação também pode vir da mão contaminada.

●       Existe tratamento para o HPV?

Não para o vírus em si, mas para as lesões que ele causa.

●       Para que serve o Exame de Papanicolau (preventivo)?

Ele serve para rastrear células alteradas pelo HPV. A partir do resultado, o médico pode recomendar a Colposcopia.

●       Existe exame de sangue para detectar HPV?

Não

●       Quem tem HPV pode doar sangue?

Sim. A transmissão do HPV não ocorre pelo contato com o sangue.

●       O parceiro da mulher infectada pelo HPV tem de ir ao médico?

Se não houver lesão aparente na região genital, não é necessário. Só se ele se sentir inseguro.

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