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Ciência

Fim de ano: fogos de artifício podem provocar acidentes e até mesmo óbitos em animais

Exames e diagnósticos de imagem são fundamentais na luta contra o tempo

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Fim de ano: fogos de artifício podem provocar acidentes e até mesmo óbitos em animais
Fim de ano: fogos de artifício podem provocar acidentes e até mesmo óbitos em animais

O fim do ano chegou… Se para alguns é motivo de comemorar e celebrar, para outros é sinônimo de preocupação. Isso porque os fogos utilizados nas festas de réveillon são perigosos para os animais e principalmente para os que possuem problemas neurológicos, causando sofrimento para seus tutores também. Os fogos inclusive podem provocar acidentes nos animais e ocasionar até óbitos. Nesse momento, os exames de imagem são essenciais para identificar a lesão e poder conceder o diagnóstico correto.

De acordo com o médico veterinário do CRV Imagem, o Dr. Romulo Braga, Os altos decibéis e a frequência dos sons de fogos de artifícios ultrapassam a capacidade auditiva e visual de suportar esses estímulos em mais da metade dos cães. Isso tende a criar um nível de ansiedade, medo e alto estresse nos animais domésticos e silvestres, já que é um evento desconhecido, imprevisível e extremamente angustiante para eles:

“Podem tentar fugir sem rumo, vencendo obstáculos intransponíveis, se machucando seriamente, e se perdendo de suas casas e seus tutores. Cavalos empalados em cercas, passarinhos mortos pelo estresse, morcegos se chocando contra paredes, gatos e cães atropelados, afogados ou lacerados na tentativa de fuga desenfreada, além de transtorno de estresse agudo pós-traumático, síndrome de ansiedade de separação prolongados, até acidentes mais graves como incêndios e queimaduras, são algumas das conseqüências desses eventos. No caso de cães que já possuem problemas neurológicos como convulsões, síndromes senis e encefalites, o estímulo intenso e ininterrupto por tempo relativamente curto pode desencadear crises de perda de controle, traumas cranianos, fraturas, perda do sono à noite, hiperexcitação, agravamento do quadro e até a morte. Outros distúrbios como os hormonais, cardíacos e circulatórios podem também descompensar o seu delicado equilíbrio e acabar levando à necessidade de internação e fatalidades. Gatos podem ser vítimas da “síndrome das alturas” quando caem das janelas de andares de edifícios, muitos para seqüelas irrecuperáveis. Grande parte dos cães desenvolve reatividade e agressividade ou pânico em situações corriqueiras, reduzindo sua qualidade de vida, e que poderiam ser contornadas”, conta.

Dr. Romulo Braga, médico veterinário do CRV Imagem (Foto: Divulgação)

Corrida contra o tempo

O médico veterinário explica que os exames de imagem em geral são úteis para esclarecer desde meningites, tumores no cérebro (que podem ser predisponentes para algumas dessas condições), fraturas e concussões crânio-encefálicas, lesões na coluna e outras áreas por traumas, edema agudo de pulmão e várias condições associadas às quedas e extremo estresse, mesmo na situação de impacto emocional dos animais, mas alerta:

“Entretanto, é importante frisar que nenhum exame deve ser realizado antes da análise clínica de um veterinário. Ele é quem vai direcionar o tipo e região do exame antes de sua realização, baseado no exame físico no consultório; e também será o responsável pela interpretação dos resultados e orientação do tratamento. Assim, fazer um exame sem passar pelo clínico veterinário, é como “colocar o carro na frente dos bois” e queimar uma etapa importante de decisão, com consumo desnecessário de tempo e recursos e maior número de erros”, afirma.

O Dr. Rômulo Braga, que é diretor e coordenador da equipe de radiologia do CRV Imagem ressalta que quanto mais rápido o diagnostico, mais chances o paciente tem de ter bons resultados e sucesso no tratamento:

“É comum a história de deixarem um paciente “esperar para ver se melhora” e, quando as atitudes foram tomadas, já era tarde demais para se conseguir resolver o caso. O tempo urge quando falamos em vida e saúde e, em geral, sai mais barato fazer a medicina preventiva e mais precoce”.

O especialista elencou algumas dicas para os animais que sofrem com os fogos de artifício. Veja:

“Não deixe para a última hora na preparação para as épocas de fim de ano: agende logo uma consulta com seu veterinário de confiança e aconselhe-se sobre calmantes e drogas seguras para reduzir a ansiedade, os melhores acessórios de apoio (como os fones de orelha canceladores de ruído próprios para cães, as roupas elásticas calmantes para trovão), reserva em hotéis afastados da cidade e que tem forte compromisso com esses eventos. Outras recomendações são: a preparação de ambientes seguros dentro da própria casa, com sistemas de bloqueio acústico, protegidos contra automutilação, e à prova de fuga, com possibilidade de sons que possam se sobrepor aos externos e sejam conhecidos e calmantes, e a presença de pessoas bem treinadas que sejam capazes de acalmá-los e nunca puní-los, e nem deixá-los sozinhos. Existem também treinamentos para dessensibilização gradual e crescente à sons, mas exigem tempo e pessoal especializado com expertise dedicada. Considere influenciar seus amigos numa campanha em prol da vida e saúde dos animais ao apoiar leis e cultura para controle e licenciamento dos fogos de artifício, limitando seu uso, nível de ruído e área de permissão. Quando o uso é previsto, é possível planejar com antecedência as ações para mitigar os acidentes e mortes”, destaca.

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