Pesquisa aponta que 20% das calorias consumidas pelos brasileiros vêm de alimentos ultraprocessados

Um estudo do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP divulgou que 20% das calorias consumidas pelos brasileiros são de alimentos ultraprocessados. Além disso, o levantamento apontou que o consumo desse tipo de comida aumentou 5,5% na última década.

De pães integrais fatiados a pratos prontos e sorvetes, esse é um grupo de alimentos feitos com níveis variados – mas muitas vezes altos – de processamento industrial. Os ingredientes utilizados não costumam ser utilizados na culinária caseira. De acordo com a nutróloga Paula Domingues, o resultado dessa pesquisa é preocupante, pois o consumo excessivo de ultraprocessados tem sido associado a um maior risco de obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.

“Essa pesquisa é motivo de preocupação porque os alimentos ultraprocessados são geralmente caracterizados por seu alto teor de aditivos, açúcares, gorduras saturadas e sódio, além de serem pobres em nutrientes essenciais. Esses alimentos incluem produtos como refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados, fast food e outros alimentos altamente processados”, explica a nutróloga Paula Domingues.

Por que o brasileiro gosta de alimentos ultraprocessados e como identificá-los?

Esses alimentos são atrativos tanto ao paladar quando à indústria alimentícia. Isso acontece devido ao baixo custo e a longa duração desses ingredientes, além de serem fáceis de preparar. Segundo Paula Domingues, para identificar os ultraprocessados, é preciso estar atento à lista de ingredientes nas embalagens.

“Alguns exemplos desses alimentos são: açúcares (frutose, xarope de milho, açúcar invertido, maltodextrina, dextrose e lactose); óleos modificados (hidrogenados ou interesterificados); proteínas hidrolisadas, isolado de proteína de soja, soro de leite e carne separada mecanicamente. Também é fundamental tomarmos cuidado com aditivos cosméticos, como corantes, adoçantes e espessantes, que melhoram a cor, sabor e textura do alimento”, finaliza Paula Domingues.