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Ciência

Proteja os seus pets no verão

Rafael Farias, especializado em Estética Canina, trás informações sobre os riscos e cuidados que devemos ter com nossos pets nessa época do ano

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(Divulgação)

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Você já percebeu os cães e os gatos não transpiram como os seres humanos? Ao contrário de nós, estes animais possuem pouquíssimas glândulas sudoríparas espalhadas pelo corpo.

A maior parte delas fica localizada nos coxins, as almofadinhas das patas. Uma região pequena, que não é suficiente para controlar a temperatura de todo o corpo dos animais no verão. Com isso o profissional especializado em Estética Canina, Rafael Faria, trás informações sobre os riscos e cuidados que devemos ter com os nossos pets nessa época do ano.

 

  1. Hipertermia em Animais

É muito importante que o pet tenha à disposição água, sombra e superfícies frias, para se refrescar. Os animais no verão que não conseguem encontrar uma forma de resfriar o corpo, acabam aumentando a ventilação pulmonar (ficam ofegantes). Em certa medida, este processo de troca de calor é normal e funciona. Mas devemos lembrar que esse tipo de respiração é menos eficiente do que a transpiração. Caso o animal continue exposto ao calor excessivo, ele poderá ficar demasiadamente ofegante, entrar em “agonia respiratória”, provocar vômito, coagulação intravascular disseminada, edema pulmonar, parada cardíaca e, até mesmo, coma e ou morte.

 

Saiba os principais sintomas da Hipertermia que seu pet pode apresentar:

* Hipersalivação;

* Respiração ofegante acima do normal;

* Pele muito quente;

* Batimento cardíaco acelerado;

* Cansaço, fraqueza, indisposição.

Atenção: As raças de cães e gatos que apresentam focinhos curtos correm maior risco de sofrer hipertermia. Isso por conta da dificuldade anatômica natural que estes animais têm para respirar e, consequentemente, perder calor. Por isso, donos de gatos Persas e cães como os Bulldogs, Pugs, Boxers, Shithsus, Lhasas Apso, entre outros, devem ter cuidados redobrados.

 

Adote os seguintes cuidados com o seu pet no período de calor:

* Mantenha água limpa e fresca sempre à disposição;

* Mantenha o animal em local com sombra e circulação de ar constante;

* Nunca deixe o animal sozinho dentro do carro;

* Não estimule atividades físicas nos horários de maior calor.

 

  1. Queimaduras nas Patas

Nós sabemos que caminhar sobre o asfalto pode nos causa queimadura grave na sola dos pés. Dor extrema, traumas e infecções são algumas das consequências. Um cuidado fundamental que devemos ter com os animais no verão.

Não podemos esquecer que, ao contrário de nós, os animais não costumam usar sapatos. A camada de gordura presente nas patinhas dos pets ajuda a isolar a temperatura, mas não é suficiente contra o asfalto e a areia quente do verão.

Fique atento: faça os passeios com o seu animal antes das dez da manhã e depois das quatro da tarde, períodos que o sol não está muito intenso. Se a temperatura do chão estiver quente para você, também estará quente para o seu companheiro de caminhada.

 

  1. Insetos e Parasitas

As temperaturas mais altas e a grande umidade favorecem a proliferação de pulgas, carrapatos, mosquitos e moscas. Não deixe ter uma conversa com o veterinário para realização de exames, regular as doses de produtos contra ectoparasitas e, inclusive, de banhos, que podem diminuir a ação dos mesmos.

Manter a pelagem curta ajuda na visualização de possíveis parasitas, marcas de picadas, manchas avermelhadas ou hematomas na pele do seu animal.

Cães e gatos também sofrem com mosquitos que podem transmitir doenças, como a Dirofilariose e a Leishmaniose. As picadas geralmente acontecem nas regiões sem pêlo, como a ponta do nariz, abdômem, orelha e ao redor dos olhos. Fique atento também a estas marcas. Os animais costumam coçar intensamente estes locais caso tenham sido picados.

 

  1. Câncer de pele e os animais no verão

Esta é outra grande preocupação, especialmente para os animais com a pele muito clara ou rosada. A incidência de câncer de pele em cães e gatos cresce e o risco para os animais no verão é ainda maior.

Evite expor cães e gatos excessivamente ao sol, especialmente nos horários próximos ao meio-dia. Eles podem desenvolver carcinomas, principalmente nas áreas sem pêlos. Gatos brancos, albinos, cães como o Pitbull ou o Boxer brancos ou claros, que tenham as pontas do nariz, orelhas, o entorno dos olhos e o abdômen despigmentados, fazem parte do grupo de risco.

Atenção: o câncer é uma doença silenciosa. O estágio clínico agudo acontece, normalmente, na fase terminal. Manchas e caroços na pele do animal podem ser sinais de alerta. Converse com o veterinário. Esta doença é agressiva e pode ser evitada com orientação, sombra e com o uso de protetor solar, especialmente no verão.

 

  1. Tosar ou não tosar?

O pelo do animal tem uma finalidade importante para a regulação da temperatura corporal, proteção da pele e até para o reconhecimento e a reprodução da espécie.

A tosa higiênica, que é feita na barriga, patas e regiões “íntimas”, pode ser uma boa opção para dar uma refrescada nos cães. Outra alternativa é uma tosa completa com uma lâmina mais baixa, para que possam se sentir mais confortáveis nessa estação.

Se o seu pet tem dermatites é bom evitara tosa, para não ocorrer a piora do quadro. Já algumas raças como Pastor Shetland, Border Collie, São Bernardo, Samoieda, Bernese Montanhês e Husky Siberiano possuem a chamada “pelagem dupla”. Trata-se de uma subcamada de pelo mais curta, próxima ao corpo, localizada abaixo da camada de pelos fofa que é visível.

Essas duas pelagens têm uma função especial: combinadas, criam uma espécie de camada de ar que protegem o animal do calor e do frio extremos.  Esta proteção promove a manutenção térmica e, por isso, os donos destes animais devem evitar tosá-los por completo. Por isso, sempre peça orientação do veterinário antes de decidir pela tosa completa.

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