Muito se discute atualmente sobre a possibilidade de reinfecção por coronavírus e se é possível afirmar que quem teve a doença e se curou está imune. A resposta não é tão simples. “Quando o exame de IGG testa positivo significa, sim, que você criou anticorpos para aquele vírus e está ‘pronto’ para se defender contra ele. Mas esse anticorpo só vai ‘funcionar’ se a sua imunidade estiver em dia! Por isso, é tão importante cuidar da saúde nesse momento”, afirma Joana Bion, chefe do setor de análise clínica do Lach Laboratório e Clínica, no Jardim Botânico.
De acordo com especialistas, apenas um exame que detecta a presença de anticorpos (o IGG) pode certificar que a pessoa foi infectada e possui alguma imunidade para determinado vírus. Ainda assim, afirma Joana, é preciso considerar que a pessoa pode ter adquirido anticorpos e, por algum motivo, sofrer uma baixa na imunidade, ficando suscetível a uma nova infecção.
“Em uma guerra, por exemplo, você pode ter muitos soldados defendendo um local, mas se esses soldados estiverem muito feridos, fracos, cansados ou doentes, o inimigo pode acabar ‘vencendo’ os soldados. A gente pode pensar nos nossos anticorpos como esses soldados e vírus como uma força inimiga”, ilustra Joana.
A especialista alerta, também, que o fato de a maioria das pessoas conseguirem, sim, criar anticorpos não significa que os riscos de propagação do vírus estão eliminados. Sem os cuidados de higiene e distanciamento social, um indivíduo imunizado ainda pode ser um vetor de contaminação para outras pessoas.
“A pessoa pega um ônibus ou um metrô, por exemplo, e toca num local onde uma pessoa contaminada tocou. Aí ela chega na casa da mãe, da avó e a abraça sem antes higienizar as mãos. Ela não vai pegar o covid-19, mas vai transmitir”, conclui Joana, lembrando que ainda não é possível saber por quanto tempo essa imunidade estaria garantida, “Sabemos que o vírus da gripe, por exemplo, sofre mutações e, por isso, é preciso vacinar a cada ano. Já o sarampo, um único contato com o vírus ou uma dose da vacina, garante imunização por toda a vida. Mas não temos essa informação, ainda, sobre o coronavírus.
De olho na saúde
Por isso, manter a imunidade em alta e respeitar as regras de higiene são as recomendações mais importantes nesse momento.
A nutricionista Taissa Müller, da clínica e laboratório Lach, explica que é possível reforçar nosso sistema imunológico com sete “remédios naturais”: respirar ar puro, beber pelo menos 3 litros de água por dia, dormir bem, exercícios físicos diários, pegar ao menos 15 minutos de sol por dia, evitar estresse e sobrecargas e ter uma boa alimentação.
“Indico, ainda, consumir uma maior quantidade de alimentos ricos em vitamina C, como temperar a comida com limão, beber suco de laranja, comer vegetais verdes. A suplementação de vitamina D3 é indicada para algumas pessoas, mas somente após exames e com acompanhamento de um especialista”, ressalta Taíssa.
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