Twitter tira do ar postagens de Flávio Bolsonaro e Ricardo Salles que continham vídeo de Drauzio Varella

Nesta segunda-feira, o Twitter apagou postagens feitas pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles (Novo), e pelo senador Flávio Bolsonaro (Sem Partido-RJ) que reproduziam, fora de contexto, um vídeo antigo do médico Drauzio Varella sobre o novo coronavírus. A empresa justificou a decisão de retirar do ar as publicações alegando que as mesmas violavam as regras de uso da rede ao estimular atos que podem aumentar o risco de contágio do vírus.

No vídeo gravado por Drauzio Varella em janeiro, compartilhado por Flávio e Salles nos últimos dias, o médico afirma estar levando a vida normalmente e diz não haver motivo para pânico por conta do coronavírus. Na época, não existiam casos da Covid-19 em território nacional. Atualmente, os números já ultrapassam a casa dos 1500 casos confirmados, além de 25 óbitos pela doença em todo o Brasil.

Após a reprodução do conteúdo sem contextualização, Drauzio utilizou o próprio Twitter para pedir responsabilidade por parte do ministro Ricardo Salles: “Na posição de ministro, esperamos que o senhor, no mínimo, tenha a responsabilidade de se atentar à data em que esse vídeo foi publicado (30.jan), uma vez que a situação em torno do coronavírus muda rapidamente”.

Em outra postagem, o médico destacou: “Estão fazendo uso político e divulgando um vídeo antigo produzido por nós sobre coronavírus, publicado em 30/01. Não sabemos por qual motivo ou qual a intenção, mas isso é desserviço”. “Este vídeo não está mais no ar em nossos canais há um tempo, pois nosso compromisso é com a saúde dos brasileiros e a informação correta no momento correto”, afirmou Drauzio na sequência por meio de sua conta oficial no microblog.

“Para q fique claro aos mal intencionados: Não entrar em pânico é a recomendação geral para enfrentarmos a Covid-19 tomando decisões conscientes. Onde há recomendação de quarentena, é preciso entrar, SIM! Entrar em isolamento, sem entrar em pânico”, frisou ainda Drauzio Varella.

Em comunicado divulgado pela coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, o Twitter alegou que “anunciou recentemente em todo o mundo a expansão de suas regras para abranger conteúdos que forem eventualmente contra informações de saúde pública, orientadas por fontes oficiais, e possam colocar as pessoas em maior risco de transmitir Covid-19”.