Educação

Novo Ensino Médio: Vice-Presidente do Sinepe Rio comenta o tema

No final de outubro, o Ministro da Educação, Camilo Santana (PT), entregou ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma proposta de alteração no Novo Ensino Médio, em vigor desde 2017.

O Vice-presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Educação Básica do Município do Rio de Janeiro (Sinepe Rio), Pedro Flexa Ribeiro, comenta desafios do Ensino Médio atual que precisam ser enfrentados.

Para ele, as mudanças propostas pelo Governo Federal representariam um retrocesso: “Ao que parece, o atual governo tem como propósito restabelecer as condições que vigoravam até 2016. Anular anos de debates e retroceder o ensino dez anos atrás já seria uma intenção bastante questionável.”

“No entanto, o mais preocupante é que, em perspectiva e recuo histórico mais amplos, o atual movimento explicita apenas mais um de uma série de capítulos cuja intenção é aprofundar a centralização e o controle, pelo Governo, do que se deve ensinar e do que se pode aprender.”, explica. Segundo ele: “Trata-se de uma tendência histórica do nosso ensino, que, a depender do atual rumo, continuará a condenar mais algumas gerações de brasileiros.”

Ele também critica a proposta de retorno da carga horária a 2.400 horas. “Com a revolução midiática das últimas décadas, o contexto hoje é de abundância de informações, por isso, o desafio das escolas passou a ser ensinar a filtrar. No que se refere à Formação Geral Básica, ainda não se fechou um ciclo completo, por isso, é prematuro e precipitado avaliar e recomendar acréscimo de carga horária.”, explica.

Para ele, a adição de matérias que foram excluídas no Novo Ensino Médio vai na contramão de uma evolução no ensino: “é retrocesso que não atende ao interesse dos estudantes. O repertório de muitas delas [as disciplinas] foi consolidado ainda na Guerra Fria, e é datado dos anos 1970. […] Largos blocos de conteúdo perderam sentido, pertinência. […] Antes de se cogitar restabelecê-los, seria necessário amadurecer reflexão e atualizar ementas de cada uma dessas disciplinas. Tê-las de volta com caráter de obrigatoriedade é medida que atende a conveniências outras, mas que conflita, concorre e conspira contra o legítimo interesse dos estudantes.”

Ribeiro defende também a manutenção dos itinerários formativos, em especial do ‘Projeto de Vida’ como uma maneira de atrair os estudantes e combater a evasão. “O interesse do estudante está em que lhe seja proporcionada escolaridade plena de sentido e relevância. Isso se viabiliza na medida em que ele puder enxergar conexão entre os conteúdos escolares e o que projeta para a sua vida após o Ensino Médio. Por isso, o ‘Projeto de Vida’ deve ser a principal vertente em função da qual se articulam itinerários cujas identidades tenham como contorno determinadas áreas de atuação profissional. Nesse sentido, bastariam 3 itinerários propedêuticos: para carreiras nas áreas de Ciências Humanas e Sociais, para Engenharias e para carreiras em áreas Biomédicas. Uma quarta vertente seria para o Ensino Técnico”, explica.

Por fim, ele critica a falta de informações sobre a matriz curricular do Enem, que deveria servir de base para o currículo estudantil. “No Ensino Médio, as práticas de sala de aula são fortemente determinadas pelos processos seletivos para o nível superior. Muito continua a depender da divulgação da matriz do Enem, que já deveria ter sido publicada desde 2021, com vistas ao planejamento para 2022. Já são três anos de atraso na divulgação dessa matriz, o que revela a enorme dificuldade que se tem de, após anos e anos de extrema centralização, controle e currículo unitário, esboçarmos no nosso sistema de avaliação algum movimento de flexibilização e diversificação. São limitações do avaliador, sintoma de um contexto educacional de extrema centralização”, conclui.

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