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Marjorie Estiano diz que sucesso de ‘Sob Pressão’ revela identificação com realidade da saúde pública no Brasil

Equipe da série destacou que a produção se colocou como um serviço social para o público

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A série “Sob Pressão” conquistou tanto sucesso de audiência durante as três temporadas que a Rede Globo confirmou a quarta temporada. A história do seriado se constrói pelas ações que transcorrem dentro do hospital público, no subúrbio do Rio, onde Carolina, Evandro e sua equipe trabalham e se relacionam com seus pacientes. Durante bate-papo na PUC-Rio, na manhã desta quarta-feira, a atriz Marjorie Estiano, o diretor Andrucha Waddington e o roteirista Lucas Paraízo destacaram os desafios de comandar uma produção tão popular entre os telespectadores. O diretor revelou que no Brasil 160 milhões de pessoas não possuem plano de saúde. Para ele, falar com o grande público motiva cada vez mais o grupo.

“Hoje no Brasil apenas 46 milhões de pessoas tem plano privado, mas mesmo assim se tiver algum acidente grave urbano o primeiro a receber é a unidade de saúde pública. Então, a saúde pública ela serve a 100% da população. Eu nunca tinha feito um projeto que tinha uma relevância tão grande, que falasse com o público de A a Z. No “Sob Pressão”, essa representativa de trazer uma discussão para a sociedade impregnou em toda a equipe, todos ficaram muito motivados a fazer essa obra”, disse Andrucha Waddington.

O roteirista ressaltou que para criar veracidade em seus textos foi preciso fazer muita pesquisa, em hospitais, entrevistas com profissionais da área e pacientes que para construir uma relação com o telespectador de realidade. O episódio dez da 3ª temporada cativou o público ao captar com a câmera um plano sequência dramático de ações no hospital, com milicianos e policiais trocando tiros, enquanto os médicos e enfermeiros tentavam salvar os pacientes que estavam em pânico.

“A série já tinha um filme, então eu tive uma referência da maneira como os personagens falavam, desse realismo. Com relação ao diálogo escolhido, tem uma característica que todos os diálogos estão construídos em cima da ação. O personagem não fala tanto assim do passado, do futuro, ele fala do que está acontecendo naquele momento. Isso por um lado é bastante tranquilizante para o roteirista porque ele sabe do assunto que ele tem que falar. Então se você junta essa questão de falar do que esta acontecendo com a linguagem informal, esse realismo acaba acontecendo de uma forma natural no texto”, afirmou Lucas Paraízo.

A audiência do “Sob Pressão” aumentou gradativamente no decorrer das temporadas, o que não é comum. Um dos pontos altos da série é a atuação dos atores principais, Julio Andrade e Marjorie Estiano. De acordo com a atriz, um dos motivos para o sucesso da série é a identificação do público com a história que está sendo contada. Para ela, a equipe entendeu que era importante mostrar o lado humano dos personagens para que se assemelhassem a vida real das pessoas.

“A gente está falando de um conteúdo muito dramático. Para você desconectar uma pessoa que vive essa realidade, que quer só ligar a televisão e de repente relaxar é muito delicado. Eu acho que o êxito da série é um conjunto de milhares de fatores, mas a identificação com a realidade que o público vê nos episódios é um dos pontos mais fortes”.

Um dos grandes impactos da série foi colocar um recado sobre a doença abordada, em cada fim de episódio, para conscientizar a população de como agir e quem procurar. A equipe destacou que a produção se colocou como um serviço social para o público. Eles lembraram que em um episódio escolheram falar sobre doação de órgãos e dois dias depois o vice-presidente da “Doe Órgãos” mandou um e-mail para a equipe da série para dizer que a procura de doação de órgãos que era de 300 pessoas por dia saltou para oito mil depois do episódio da série. O grupo afirmou que entendeu o tamanho da série a partir desse momento.

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