Nicette Bruno e a eternidade das mães…

Nicette Bruno nunca foi apenas uma atriz. Que por si só – pelo talento, história e trajetória – já bastaria para toda reverência e reconhecimento nesta partida. Nicette transcendeu o estrelato. Foi, além dos três filhos biológicos, mãe de uma multidão. Mãe daqueles que perderam as suas. Daquelas que nunca as tiveram ou que por pouco tempo conviveram. Quem não gostaria de ganhar uma mãe ou avó como Dona Nicette? Seja pela fraternidade, pelo rosto angelical ou a doce voz… MÃE com letras maiúsculas.

Nicette Bruno e Paulo Goulart formaram uma família reconhecida pelo talento e admirada pela simpatia e simplicidade. Fizeram da fama para emanar boas palavras. Muitas vezes conselhos. Sempre ponderados. Sempre precisos nas colocações. E… juntos por 60 anos. Nada em vão. Era missão.

Beth Goulart, filha de Paulo e Nicette, fez um vídeo de agradecimento e compartilhou nas redes sociais. Nele, é possível sentir o indecifrável, inexplicável: a dor de se despedir da MÃE. Beth, no ápice da dor mais profunda existente – a da alma – apenas agradece em tom de amadurecimento espiritual e psicológico. Na gravação, a filha pede para que aqueles que ainda têm suas mães em vida façam valer o que realmente importa: o amor. Beth finaliza e relembra uma frase de Clarice Lispector: “Amar não acaba”. Nem mães. Mas, afinal, o que nos resta? O poema francês “Il Restera de Toi”, que em tradução livre significa “O Que Restará de TI”, afirma que “É verdade, o que restará de ti”. A verdade… é o amor.