O cantor, compositor e ativista social Roger Waters, um dos fundadores da banda britânica Pink Floyd, foi agraciado com o Conjunto de Medalha Pedro Ernesto, em cerimônia realizada na manhã desta sexta-feira (27), no Salão Nobre da Câmara do Rio. O artista está em turnê pelo Brasil e fará um show no Rio de Janeiro neste sábado (28).
A homenagem, aprovada em plenário na última quinta-feira (26), foi uma iniciativa da vereadora Monica Benicio (PSOL) que ressaltou a luta de Roger Waters pela vida plena e digna de todos os seres humanos. “Roger é um grande companheiro da luta por justiça para Marielle e pelos direitos humanos. Ele compreende que a paz não é apenas a ausência da guerra, mas a presença de justiça, igualdade e liberdade”.
Visivelmente emocionado, Waters contou que quando tinha por volta de 13 anos, sua mãe, que era professora, alertou que ao longo da vida ele iria se deparar com vários problemas e decisões difíceis e quando isso acontecesse, ele recorresse à leitura para entender melhor as situações e saber como resolvê-las.
“Ela me disse que a partir daí, já teria feito a parte mais difícil e depois viria a parte mais fácil: fazer a coisa certa! Minha mãe já faleceu há muitos anos, mas carrego esse presente comigo até hoje. Todo dia 31 de dezembro, à meia-noite, eu faço a mesma resolução de ano novo de continuar dando o meu melhor. Eu posso até falhar, mas farei isso, em memória da minha mãe”, revelou. Waters também adiantou que voltará a homenagear em seu show a vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018.
Defesa dos Direitos Humanos
Na ocasião, diversos ativistas sociais apresentaram a Roger Waters a situação da luta pelos direitos humanos na cidade, no estado e no país. O Brasil ocupa a triste posição de quarto país que mais mata os defensores de direitos humanos no mundo.
A deputada estadual Dani Monteiro, integrante da Comissão de Direitos Humanos da Alerj, destacou que defender os direitos humanos no Brasil é um ato de resistência e coragem e agradeceu ao artista pela sua luta diária em defesa dos direitos sobretudo dos mais vulneráveis.
“O Brasil é firmamento de séculos e séculos de injustiça social, é um dos maiores violadores dos defensores de direitos humanos e dos mais vulnerabilizados. Recebê-lo aqui é de alguma forma fortalecer o nosso trabalho, é dar um recado, em alto e bom som e mundo afora, que nós resistimos e existimos”.
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