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Tati Pinheiro, ex-Abelhudos, lança nova versão acústica do clássico dos anos 80 ‘Isso É Coisa de Criança’ no streaming

Cantora relembra o “Xou da Xuxa” e episódios da década que a projetou: “Éramos pioneiros em um mercado em expansão. Foi caótico e lindo”

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Tati Pinheiro, ex-Abelhudos, lança nova versão acústica do clássico dos anos 80 'Isso É Coisa de Criança' no streaming (Foto: Divulgação)

Os anos 1980 andam mais em voga do que nunca. As séries documentais sobre Xuxa e Balão Mágico no streaming têm reacendido e muito histórias marcantes, músicas e ídolos eternos. A cantora Tati Pinheiro, que conquistou o Brasil à frente do grupo Os Abelhudos naquela década, prepara uma nova versão acústica do clássico LP solo “Isso É Coisa de Criança” (1987), recheado de hits, em vídeo e também no streaming, já disponíveis.

“Esse projeto é ao vivo, com a minha voz e energia atual, em homenagem ao mês das crianças. Uma das faixas é com a Clarah Passos, ex-The Voice Kids, e a outra, ‘Meu Vizinho Nervosinho’, carro-chefe do projeto”, conta Tati, empolgada.

A cantora é tão afeiçoada às crianças que, durante a pandemia, passou a se dedicar a cursos de mentoria para formar novos talentos. “Acho que eu tenho uma alma de criança, sabe? Sou muito espontânea e autêntica. Minha conexão com o público infanto-juvenil acontece de forma muito genuína. Penso que é justamente porque eles veem essa sinceridade da minha parte que se sentem seguros comigo. Acabei de abrir novas inscrições para o curso Mentoria +QTalento. É necessário preencher uma ficha e fazer uma audição online”, conta ela. “Sem dúvida isso tudo vem embalado numa enorme nostalgia da minha criança interior”, brinca.

Nostalgia pouca é bobagem. Tati, que viveu intensamente os anos 1980 em diversos programas de TV e em turnês por todo o Brasil, guarda muitas histórias de bastidores. “Éramos pioneiros em um mercado em franca expansão. Foi caótico e lindo, como tudo nos anos 1980. Não tinha nem legislação para a nossa ‘proteção’, mas meus pais me brindavam: além de estarem comigo a maior parte do tempo, o meu pai me obrigava a chamar todos os homens adultos com quem eu trabalhava de “tio”. Ele acreditava que isso simbolizava um sinal vermelho para possíveis mal intencionados”, recorda.

Contudo, houve episódios também delicados nos bastidores, por exemplo, do “Xou da Xuxa”, onde Tati pisou no palco tantas vezes. “Sou somente gratidão à Xuxa porque, quando eu saí dos Abelhudos, ela me acolheu de forma muito carinhosa. Gravei várias músicas para especiais da Xuxa, como ‘Nós Somos o Amanhã’ e ‘Meninos de Rua’, e ‘Burocracia’ para a trilha sonora do filme ‘Super Xuxa Contra o Baixo Astral’, além de participar dos shows dela pelo Brasil. Lembro de uma Xuxa bem submissa e de uma Marlene que colocava medo. Mas era uma dupla que parecia funcionar, sabe? Eu presenciei uma cena de bastidor, que até contei no meu canal do Youtube, num hotel a onde estávamos todos hospedados para a apresentação de um show da Xuxa. O elevador ficou preso entre dois andares e a Marlene obrigou a Xuxa a descer, mesmo a contragosto e com medo. Teve outra situação também, que lembro, do meu pai (que era meu empresário na época) discutindo com a Marlene nos corredores do Teatro Fênix, no Jardim Botânico. Nem preciso dizer que, depois disso, eu nunca mais participei de nada lá com elas, né?”, revela.

Emancipada do grupo que a projetou desde 1987, Tati conta que adoraria documentar um reencontro dos integrantes dos Abelhudos quase 40 anos depois. “Seria bárbaro. Especialmente se todos os integrantes das três formações fossem entrevistados, né? Eu mantenho ótima relação com a Renata Benévolo que me substituiu no grupo em 1987. Com os meninos eu não mantenho contato há uns dois anos. Com a Dani e o Rafa, somente contato pelas redes sociais”, entrega.

Nas últimas duas décadas, a cantora se dedicou a projetos de Bossa Nova, apadrinhada por um dos mestres do ritmo, Roberto Menescal, e virou sucesso no Japão. “Me sinto honrada. A Bossa Nova é mais valorizada no mercado internacional. Eu lancei recentemente um EP nas plataformas chamado ‘Salve Bossa Nova, Salve Menescal’, que reúne várias gravações minhas e com jovens artistas”, diz.

Falando em novos talentos, Tati tem dicas preciosas para quem está começando. “Sempre falo da importância de entenderem que é uma profissão como outra qualquer, que exige dedicação, estudo, resiliência e vocação. Não basta ter talento, entende? Valorizo muito também a busca pelo autoconhecimento: quanto mais cedo souberem dos seus limites e sonhos, mais cedo vão realizar as próprias metas.

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