A irmã do jornalista Paulo Henrique Amorim, Marília, afirmou que ele sentiu muito o baque de sair da sua função no canal de televisão. A afirmação foi feita nesta quinta-feira na sede da Associação Brasileira de Imprensa, no Centro do Rio, onde ocorre o velório do jornalista, que morreu aos 76 anos.
“A gente se adorava. Ele era meu irmão mais velho. Éramos três, minha irmã também já faleceu. Ele era meu herói, uma pessoa muito corajosa, extremamente generoso. Corajoso no embate dele de não abrir mão das ideias dele, do que ele achava que tinha que ser dito, revelado, mostrado. Uma pessoa muito corajosa, muito íntegro nas convicções do trabalho dele. Adorava trabalhar”, disse ela.
O jornalista apresentava o Domingo Espetacular, desde 2006. Para a irmã dele, a pressão política fez ele perder muitos espaços na mídia.
“Falamos pouco porque estava na França. Ele teve vários casos de perder o lugar dele por pressão política. Ele escreveu pra mim e falou: ‘Não se preocupe, você sabe que eu tive isso várias vezes e que eu aguento o tranco'”, disse ela, que citou outros casos em que o apresentador teria sido afastado de suas funções supostamente por críticas a políticos.
“Me lembro que na Band ele tinha acabado de receber dois prêmios por dois programas [que apresentava]: um era o jornal das 20h e outro era um programa de entrevistas chamado Fogo Cruzado. Poucos dias depois do prêmio, ele perdeu o programa por pressão do [ex-presidente] Fernando Henrique. Ele já conhecia isso, mas claro que sempre é um baque forte. Parece que dessa vez foi demais e ele não aguentou”.
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