O Conselho Deliberativo do Botafogo vai se reunir nesta quinta-feira, às 19h30, na sede de General Severiano. Em pauta está previsto a votação do projeto do Museu Botafogo. Em uma entrevista recente ao Podcast “Glorioso Connection”, o presidente Durcesio Mello afirmou que algumas instalações serão inauguradas no fim desse ano, tais como o farol de 30 metros de altura e a estátua de Garrincha de asas. A previsão de inauguração é para o dia 8 de dezembro de 2023.
“Temos duas museólogas trabalhando em tempo integral. A obra não começou, mas é muito rápida. Vai manter o palacete, até porque é tombado, o Centro de Memória sai dali e vai para o Nilton Santos. Vamos manter poucas taças no museu, terão sete taças mais importantes na entrada do museu, mais alguns poucos troféus do futebol lá embaixo também. Será tudo modernizado. É um espetáculo, é de arrepiar”, disse o mandatário alvinegro.
O projeto é feito em parceria com as empresas Mude Brasil e Instituto ISV. A Mude Brasil é responsável pela criação, projeção, desenvolvimento, construção e operação. A empresa já construiu 17 museus em seis países, entre eles do Boca Juniors, River Plate, Benfica, Juventus, Wembley e da Conmebol. Já o Instituto ISV é responsável pela captação de recursos e promoção dos eventos. O Museu Botafogo é desenvolvido através de recursos incentivados, crowdfunding, permutas, capitais próprios e doações de pessoas físicas e jurídicas. A Tim faz parte do projeto através de recursos destinados via lei de Incentivo.
De acordo com o contrato, são necessários R$ 15 milhões para a construção do Museu, sendo 70% da arrecadação do valor obrigatória para começar a obra. O período de contrato estipulado é de 10 anos, não havendo cláusula de renovação automática. Um termo aditivo pode ser realizado mediante aprovação do Conselho Deliberativo do clube.
O Museu Botafogo vai ocupar uma área total de 1500m², na sede histórica de General Severiano, contendo diversos arquivos, documentos, fotos, troféus e outros objetos que contam a história do clube. Por contrato, as empresas parceiras permitirão a realização dos eventos já fechados pelo Botafogo na utilização do Salão Nobre através da empresa Kombo, que é responsável pela prestação desses serviços. O espaço vai comportar um local para venda de comidas e bebidas, museu digital, venda de souvenires e marchandising. Sócios patrimoniais e sócios-torcedores terão desconto de 50% no valor do ingresso.
Números geram divergência no Conselho
Um grupo de conselheiros solicitou a retirada da pauta ao presidente Mauro Sodré Maia, porém o pedido não foi atendido. A divergência gira em torno da questão envolvendo a rescisão do contrato, que pode ser feita de maneira unilateral por parte dos cessionários após um ano da inauguração sem indenização ao clube. Pela estimativa prevista o primeiro ano é justamente o de maior lucro. Do lado Alvinegro, existem três prazos para rescindir que podem acarretar em prejuízos financeiros. O cálculo é feito em cima dos R$ 15 milhões referentes ao projeto de investimento. São 120% do valor (R$ 18 milhões) em até 3 anos, 80% (R$ 12 milhões) de 3 a 5 anos e 20% (R$ 3 milhões) de 5 a 10 anos.
Outro ponto é a projeção de lucro do Botafogo inferior ao ganho das empresas parceiras. O Glorioso receberia apenas algo em torno de R$ 400 mil nos cinco primeiros anos. Os cessionários terão que pagar ao Botafogo a quantia de 10% do faturamento líquido mensal do projeto, podendo esse número chegar a 25%.
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