De “férias”, Flavio Tenius considera o Brasil no topo dos goleiros: ‘Somos referência’

Após a saída do Botafogo, o preparador de goleiros Flavio Tenius vive um período de ‘férias forçadas’. Em breve o profissional espera estar de volta às atividades da bola. Recentemente, Tenius teve o nome especulado no Flamengo, onde iniciou a carreira nas categorias de base do rubro-negro, após se formar em Educação Física.

Além da base, Tenius foi campeão também no profissional do Flamengo, onde conheceu Paulo Autuori, com quem trabalhou junto no Cruzeiro. No time mineiro Flavio Tenius conquistou a tríplice coroa. Depois trabalhou no Corinthians, Vasco e Botafogo, onde ficou por 11 anos tendo alcançado a marca de mais de 500 jogos. Flavio também trabalhou na Seleção Brasileira Sub-20, conquistando o título sul-americano e vice-campeonato mundial.

Flavio tenius destacou o alto nível do trabalho que é realizado pelos profissionais da área no Brasil.

– O Brasil hoje é uma referência do trabalho de goleiro. Temos preparadores de goleiros do mais alto nível. Tendo ótimos profissionais é quase certeza que teremos grandes jogadores. Hoje temos Alisson e Ederson na briga entre os melhores goleiros do mundo. No Brasil, com a saída do Santos para o Flamengo quem vem se destacando é o Bento, com boas atuações. Não podemos esquecer dos mais experientes. O Fábio saiu do Cruzeiro e está tendo ótimas partidas no Fluminense com mais de 40 anos – afirmou, considerando que os três nomes para a Copa do Mundo estão definidos.

– Talvez exista a possibilidade de colocar um quarto goleiro. Caso não aconteça Alisson, Ederson e Weverton acredito que estarão na Copa. Eles estão mostrando excelentes performances nos clubes e na seleção.

Confira os outros trechos da entrevista que foi ao ar no “Tupi na Rede” da Super Rádio Tupi.

Botafogo

Foram muitas alegrias no tempo em que trabalhei no Botafogo. Ótimas pessoas do clube e grandes profissionais do mais alto gabarito dentro e fora de campo. Tive a oportunidade de estar ao lado de goleiros absurdamente bons. Só tenho que agradecer esse meu momento tão bonito no futebol.

Gatito

Fico feliz demais pelo que ele tá conseguindo no Botafogo. Minha função foi sempre fazer os goleiros talentosos acreditarem neles. Num clube gigante como é o Botafogo ele conseguiu chegar onde chegou. Nem eu esperava e o Gatito conseguiu botar o Jefferson no banco. Ficamos naquele período com dois grandes goleiros. Com tudo isso ele virou ídolo da torcida botafoguense.

Permanência de Gatito

O grande goleiro tem que estar num clube grande. Gatito tem uma identificação com a torcida e um carinho enorme pelo clube. A qualidade dele é indiscutível e acredito que ainda tem muita coisa a dar ao Botafogo e também a seleção do Paraguai. Gatito passou por duas contusões sérias, porém iniciou o ano muito bem como nunca tinha iniciado desde quando chegou ao clube em 2017. Acredito que a vontade dele é enorme de ficar, agora não sei o pensamento da diretoria. Um goleiro do nível dele sempre tem que ser valorizado.

Renan

Tive a oportunidade de trabalhar com o Renan no mesmo período do Jefferson. Ele acreditou no que sempre eu falei. O Renan me chamou atenção logo quando cheguei no clube. Eu falava que era chato porque ele poderia ser titular, mas só um jogava. De repente teria que sair para seguir a carreira com melhores oportunidades. Era muito difícil porque a concorrência era o Jefferson. Fiquei feliz quando ele fez um ótimo trabalho no Avaí, saiu do país para jogar a Champions e agora está brilhando no Atlético-GO.

SAF

Não vou dizer que é a solução, mas uma nova forma de gestão. Existem outras fórmulas de sucesso também. Hoje a legislação está permitindo e o Botafogo seguiu esse caminho pela dificuldade financeira. Flamengo, Athletico, Palmeiras, Atlético-MG nenhum deles têm SAF e são destaques e conseguem resultados. Requer muito cuidado em vários pontos, pode dar certo ou errado. Acho que temos que esperar um pouco mais para fazer uma avaliação mais detalhada. É preciso também entender como esses investidores de fora vão trabalhar as particularidades do nosso futebol. Nosso país tem uma característica de não valorizar muito a história.