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Capital Fluminense

Morte de Bid foi motivada por disputa de pontos do jogo do bicho na Zona Sul do Rio, diz MPRJ

Bernardo Bello, ex-presidente da escola de samba de Vila Isabel, foi preso na última sexta-feira (28) acusado de ser o mandante do crime

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Bernardo Bello
Foto: Reprodução
Ministéio Público do Rio deu detalhes sobre a investigação contra Bernardo Bello, acusado de ser o mandante da morte de Bid

Ministéio Público do Rio deu detalhes sobre a investigação contra Bernardo Bello, acusado de ser o mandante da morte de Bid (Foto: Super Rádio Tupi)

O assassinato do bicheiro Alcebíades Paes Garcia, mais conhecido como o Bid, em fevereiro de 2020, foi motivado pela disputa dos pontos do jogo do bicho na Zona Sul da cidade do Rio. Em coletiva nesta segunda-feira (31), promotores do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentaram os detalhes sobre a investigação, que culminou na prisão do contraventor Bernardo Bello na última sexta-feira (28) em Bogotá, na capital da Colômbia.

De acordo com o MPRJ, o ex-presidente da Unidos de Vila Isabel foi o mentor intelectual do crime, que começou a ser planejado ainda em 2019, mas é apenas um reflexo de quase 20 anos de disputas pelo controle da contravenção no Rio.

Bid era filho de Waldomiro Garcia, o Miro, conhecido bicheiro da Zona Sul do Rio, que morreu em 2004. A morte de Miro aconteceu 30 dias depois do assassinato do irmão de Bid, Waldemir Paes Garcia, o Maninho.

Isso fez com que Bernardo Bello, à época casado com Tamara Garcia, filha de Maninho, tenha começado a tomar para si o controle dos pontos do jogo do bicho.

O crime

Alcebíades Paes Garcia foi morto na porta de um condomínio na Barrada Tijuca, Zona Oeste do Rio, na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2020. Ele foi alvejado por mais de 20 tiros de fuzil. 

De acordo com as investigações, o executor dos disparos foi identificado como o ex-policial militar Wagner Dantas Alegre, considerado um dos integrantes do Escritório do Crime, grupo paramilitar formado por assassinos de aluguel. O ex-PM segue foragido da Justiça.

Thyago Ivan da Silva e Carlos Diego da Costa Cabral, dois ex-policiais militares, que faziam a segurança de Bid na noite do crime, também foram indiciados pelo MPRJ por envolvimento no homicídio.

“O que acontece é que, na noite do dia 24 para o dia 25 de fevereiro, o Bid, a Fabíola e o grupo de convidados vão para a Marquês de Sapucaí para acompanhar os desfiles. Ele contratou o Thiago e o Cabral como seguranças”, afirmou o promotor Carlos Eugenio Laureano.

“Na volta, o Cabral, que deveria fazer a escolta deles, se perde, e Thyago volta sozinho para dentro do carro. Esse último passa a localização da van em tempo real”, contou. Segundo ele, a van estava sendo monitorada desde que saiu da Sapucaí.

“As imagens mostram que os executores já estavam no local cerca de 30 minutos antes da van chegar, e que pouco antes eles começam a se movimentar de forma coordenada”, relatou o promotor.

Thyago, que tinha sido contratado como segurança do contraventor, nada fez para tentar evitar a morte de Alcebíades.

“Eles direcionam todos os disparos para o Bid, ele é alvejado com mais de 20 tiros de fuzil. O Thyago efetua um disparo na direção do executor, que reconhece o Thyago e nada faz”, pontuou.

Prisão na Colômbia

Após a expedição do mandado de prisão no último dia 24, a Polícia Civil do Rio, em ação conjunta com a Polícia Federal, notificou autoridades internacionais para auxiliar na localização e detenção de Bernardo Bello, que fazia uma viagem com a família em Dubai, no Catar.

No dia 25, foi constatado que o bicheiro havia embarcado em um voo com destino à Colômbia, passando pela cidade de Amsterdã, capital da Holanda, antes de seguir para Bogotá, onde foi preso por agentes da Interpol na última sexta-feira (28).

O contraventor seguirá detido até que o processo de extradição seja concluído, o que ainda não tem prazo para acontecer, como afirma o superintendente da Polícia Federal, Tacio Muzzi.

“A Colômbia é um país extremamente colaborativo com o Brasil. Creio que possa ser uma questão de meses, ainda mais se o investigado manifestar interesse de retornar ao Brasil”, afirmou.

Momento em que Bernardo Bello é preso por agentes da Interpol na Colômbia (Foto: Divulgação/MPRJ)

Momento em que Bernardo Bello é preso por agentes da Interpol na Colômbia (Foto: Divulgação/MPRJ)

 

 

 

 

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