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Capital Fluminense

Cristo Redentor recebe iluminação especial pelos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), menos de 0,2% da ajuda governamental global é direcionada para a prevenção da violência de gênero

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Santuário Cristo Redentor celebra Dia Mundial da Segurança do Paciente
(Foto: Divulgação)

Nesta segunda-feira, 27 de novembro, das 19h às 20h, o monumento ao Cristo Redentor será iluminado na cor laranja pelos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas. A iluminação é uma parceria do Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor com a Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (COEM).

No Brasil, o principal objetivo da campanha, neste ano, é mobilizar parcerias para investir em prevenção para erradicar a violência contra mulheres e meninas e garantir que cada mulher e cada menina possa viver uma vida livre de violência.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), menos de 0,2% da ajuda governamental global é direcionada para a prevenção da violência de gênero. A campanha enfatiza que é necessário um investimento mais sustentável para prevenir a violência contra mulheres e meninas.

As diferentes formas de violência contra mulheres e meninas continuam sendo uma das violações de direitos humanos mais prevalentes e generalizadas no mundo. Apesar do progresso significativo no que concerne à legislação e às políticas públicas, o Brasil continua a registrar altos índices de violência contra mulheres e meninas.

Campanha UNA-SE

A campanha UNA-SE articula compromissos das Coalizões de Ação do Fórum Geração Igualdade, especialmente a de Violência Baseada em Gênero e a de Justiça Econômica, para acelerar investimentos, sensibilizar autoridades públicas para políticas de prevenção e enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e mobilizar diversos setores em torno da causa.

Neste ano, o tema da campanha também está alinhado com o tema prioritário para 2024 da Comissão sobre o Estado da Mulher (CSW), focado em acelerar a conquista da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas, combatendo a pobreza e fortalecendo as instituições e o financiamento com perspectiva de gênero.

Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, houve aumento de 8,2% no número de estupros (74.930 estupros e estupros de vulnerável registrados) em relação a 2021, sendo que 88,7% das vítimas eram mulheres e meninas e, dessas, 56,8% eram negras e 0,5% indígenas. As principais vítimas da violência sexual são crianças, especialmente as meninas: 61,4% têm entre 0 e 13 anos de idade.

Houve ainda um crescimento em todos os indicadores de violência doméstica. Agressões por violência doméstica (245.713 ocorrências registradas) cresceram 2,9% em relação a 2021; ameaças (613.529 ocorrências registradas) cresceram 7,2%. O número de feminicídios também aumentou (1.437 ocorrências registradas), com alta de 6,1%, bem como as tentativas de feminicídio aumentaram em 16,9%.

Pessoas LGBTQIA+ têm sofrido com discurso de ódio, discriminação e violência. De acordo com o Observatório de Mortes e Violências LGBTI+, 273 pessoas LGBTQIA+ morreram de forma violenta no Brasil em 2022.

Entre 2011 e 2020, organizações da sociedade civil registraram 1.814 incidentes de violência contra mulheres em conexão com conflitos por terra e meio ambiente no Brasil. O país também ocupou o ranking no número de assassinatos de defensores/as da terra e do meio ambiente em 2022.

Esses dados indicam a importância dos investimentos públicos e privados para responder à violência contra meninas e mulheres.

Origem dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres

Os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres foram criados por ativistas do Centro de Liderança Global das Mulheres em 1991.

Desde então, mais de 6.000 organizações em 187 países participaram da campanha, alcançando 300 milhões de pessoas. Ela continua a ser coordenada, a cada ano, pelo Centro para Liderança Global de Mulheres (CWGL, na sigla em inglês) e é usada como estratégia de articulação por pessoas, instituições e organizações em todo o mundo para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas.

Em todo o mundo, os 16 Dias de Ativismo abrangem o período de 25 de novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres) a 10 de dezembro (Dia Internacional dos Direitos Humanos). No Brasil, a mobilização se inicia em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para evidenciar a discriminação múltipla e agravada que afeta as mulheres negras e para conferir centralidade às interseccionalidades entre gênero e raça como elemento fundamental para o enfrentamento à violência no país.

A campanha se baseia nas determinações da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim e se orienta rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, especialmente o ODS número 5, que visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas. A iniciativa busca a adesão de governos, parlamento, sistema de Justiça, empresas, academia e sociedade para a prevenção e a eliminação da violência contra mulheres e meninas.

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