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Brasil

Justiça autoriza desbloqueio de celulares de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz

Os homens são suspeitos da morte de Marielle Franco e Anderson. O MP enviou os aparelhos para uma empresa em São Paulo

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O Ministério Público do Rio de Janeiro fez um pedido para a Justiça, que foi aceito, para que um desbloqueio seja feito nos celulares de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz para ajudar na investigação da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes. A GloboNews teve acesso com exclusividade a parte do inquérito e divulgou a informação.

Segundo o MPRJ, o encaminhamento de celulares para a sede da empresa Cellebrite, em São Paulo, foi somente para o desbloqueio de senha de acesso e a extração de dados dos aparelhos de última geração apreendidos no dia 12 de março, mediante um termo de sigilo e confidencialidade. Ainda de acordo com eles, a empresa Cellebrite é a única, com representação no Brasil, a deter tecnologia adequada para realização de tais finalidades. É importante destacar também que o procedimento realizado pela empresa não configura avaliação técnica e nem perícia do conteúdo extraído.

Os promotores do caso enviaram os cinco celulares apreendidos dos suspeitos, presos em março, denunciados pelo atentado, a uma empresa de dados em São Paulo.

“O órgão público incumbido das perícias oficiais – no caso, o Instituto de Criminalística Carlos Éboli – não dispõe de tecnologia adequada para a devida extração dos dados contidos nos aparelhos iPhone (Apple), haja vista que se encontram bloqueados com senhas de acesso”, diz o documento, obtido com exclusividade pela GloboNews.

MPRJ cita uma empresa paulista, com a qual firmou contrato. “Para tentativa de desbloqueio, se faz necessária a utilização de tecnologia de ponta, através de software da empresa Cellebrite”, destaca.

A Polícia Civil informou ao MPRJ que não conseguiu extrair dados dos celulares porque os aparelhos eram bloqueados com senha. Após conseguir acessar o conteúdo, os investigadores pretendem vasculhar conversas em aplicativos de troca de mensagens criptografadas, fotos, áudios e vídeos.

A polícia foi criticava pela demora em conseguir entrar nos celulares de Ronnie e Élcio. Para Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade, “a polícia tem que ser hacker”.

“O que falta à polícia não é tecnologia, é conhecimento. Pode haver documentos que estão na nuvem, e você pode ter acesso a eles. Pode ter um aplicativo que copia informação para outro. A polícia precisa ter conhecimento para extrair informações que estão nos celulares, mas que hoje não consegue acessar”, detalha.

Na denúncia, o PM reformado Ronnie Lessa é o autor dos 13 disparos que mataram Marielle e Anderson; ele estava no banco de trás do Cobalt que perseguiu o carro da vereadora. Já o ex-PM  Élcio Vieira de Queiroz dirigiu o Cobalt na noite do crime.

Eles estão presos na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.

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