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Rio

Reservatório da Praça da Bandeira completa dez anos de operação

Primeiro ‘Piscinão’ é parte do sistema construído pela Prefeitura do Rio para conter as enchentes da Praça da Bandeira e entorno, na Grande Tijuca.

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Centro de controle do reservatório na Praça da Bandeira
Centro de controle do reservatório na Praça da Bandeira (Prefeitura do Rio/ Marcelo Piu)

Há dez anos, o reservatório da Praça da Bandeira entrava em operação. O primeiro “Piscinão” foi construído pela Prefeitura do Rio, por meio da Fundação Rio-Águas, na Grande Tijuca, e contribuiu para reduzir as enchentes na Praça da Bandeira e entorno. A praça é um dos principais eixos viários da cidade, ligando Zona Sul, Centro e Zona Norte. E, durante anos, ficou conhecida pelas recorrentes e severas enchentes que ocorriam, principalmente no verão.

Para moradores, comerciantes, motoristas e transeuntes, as obras surtiram efeito. “Não se vê mais as enchentes que víamos aqui. Já peguei água pelo meio da parede do mercado. Tinha até que chamar os bombeiros para resgatar as pessoas do alagamento”, lembra Osvaldo Alves, 62 anos, morador da região há 38 anos.

Já o comerciante Diomédio Aragão, 60 anos, gerente do Galeto Bandeira há 38 anos, um dos restaurantes tradicionais da praça, também elogia como a região ficou após as obras. “Eu já peguei enchente aqui da água ultrapassar o balcão. Ainda alaga um pouco, mas escoa logo, e melhorou”, avalia Aragão.

Reservatório da Praça da Bandeira completa dez anos de operação
Reservatório da Praça da Bandeira em operação ( Prefeitura do Rio/ Marcelo Piu)

O taxista André Luis Correa, 59 anos, ressalta o antes e depois dos piscinões. “Sou taxista há 15 anos. Já peguei enchente na Praça da Bandeira que a água chegava até o vidro da porta do carro. Depois da obra, melhorou muito”, destaca Correa.

O comerciante Walter Fernando Ferreira, 66 anos, que foi criado na região e tem loja na Rua do Matoso, relembra de uma enchente nos anos 60. “Eu me lembro da pior enchente que eu peguei aqui: em 1966. A água bateu quase dois metros de altura. Para tentar conter a enchente, todas as lojas tinham uma comporta na porta. Quantas noites passei dentro da minha loja, com mais de um metro de altura de água, esperando baixar. Depois da obra, melhorou. Foi muito boa para a Rua do Matoso”, relata Ferreira.

Sistema criado com os reservatórios da Grande Tijuca pode acumular até 118 milhões de litros de água

O primeiro “piscinão” foi entregue em 29 de dezembro de 2013, na Praça da Bandeira, com capacidade para reservar até 18 milhões de litros de água, o que equivale a 18 mil caixas d’água de 1000 litros. “Este reservatório recebe todo o sistema de drenagem da praça. Ele tem a função de conter os alagamentos na Praça da Bandeira, especificamente. A água é liberada desta grande “piscina”, conforme a capacidade de escoamento do Rio Trapicheiros”, explica o presidente da Fundação Rio-Águas, Wanderson Santos.

O sistema criado pela primeira fase das obras contra enchentes da Grande Tijuca é composto pelos conhecidos “piscinões”, que foram construídos nos subsolos das praças da Bandeira, Varnhagen e Niterói. Juntos, os reservatórios podem acumular até 118 milhões de litros de água, o que equivale a cerca de 50 piscinas olímpicas.

A construção deles foi a solução técnica encontrada pela Prefeitura do Rio para reservar as águas pluviais e dos rios, durante as fortes chuvas de verão. Os volumes são armazenados e liberados de maneira controlada, reduzindo as enchentes.

O desvio do Rio Joana também faz parte do sistema, com um dos maiores túneis de drenagem urbana do país. Foi criado um segundo deságue para esse rio, diretamente na Baía de Guanabara, por meio de um desvio de 3,4 km, em túnel subterrâneo e galeria, que passa pelo Morro da Mangueira, São Cristóvão e deságua na baía.

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