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Rio

SuperVia é multada em R$ 1,6 milhão por acidente que matou maquinista em São Cristóvão

Relatório técnico da Agetransp constatou que fatores operacionais e humanos contribuíram para a ocorrência

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Foto:Reprodução

Em sessão regulatória realizada na última quinta-feira (19), o Conselho Diretor da Agetransp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro) decidiu aplicar uma multa de R$ 1.602.207,50 à concessionária SuperVia, em razão do choque entre dois trens, que resultou na morte do maquinista de uma das composições e no ferimento de sete passageiros, na estação São Cristóvão, no dia 27 de fevereiro deste ano.

O Relatório técnico da Câmara de Transportes e Rodovias (Catra) da Agetransp constatou que fatores operacionais e humanos contribuíram para a ocorrência do acidente. Para chegar à conclusão, os técnicos analisaram desde os dados das caixas de controle das composições e do comando da concessionária, e realizaram simulações e exames psicológicos e das imagens de monitoramento da cabine dos maquinistas e da estação.

Os estudos possibilitaram refazer todo o trajeto do trem UC-401, do ramal Deodoro, ao sair da estação Praça da Bandeira em direção a São Cristóvão. Ele passou por um sinal em amarelo, em velocidade inadequada para o trecho (deveria reduzir a velocidade) e ultrapassou o sinal seguinte, que estava vermelho e indicava a necessidade de parada, já que havia um outro trem parado (com avaria) na plataforma de São Cristóvão.

Os engenheiros da Agetransp verificaram também que o maquinista do trem alterou o modo de operação do ATP, um sistema que controla de forma segura e automática a velocidade de cada composição, impedindo a ultrapassagem dos limites de velocidade para cada trecho ou de um sinal vermelho. O sistema ATP do trem UC-401 foi colocado em modo Non Leading, que desabilita a função de supervisão da movimentação do trem.

Imagens de câmeras da cabine do maquinista – analisadas pela câmara técnica da Agetransp e por uma empresa de consultoria e serviços em psicologia – mostraram que o condutor do trem apresentava sinais de cansaço e sonolência enquanto conduzia a composição. Cabe ressaltar que todos os profissionais envolvidos na operação dos trens estavam com os exames médicos exigidos dentro dos prazos de validade. Foram verificadas também as cargas horárias de trabalho cumpridas nos sete dias anteriores ao acidente.

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