Gordofobia é problema cada vez mais presente e que precisa ser discutido

De acordo com a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2020, mais da metade dos brasileiros adultos estão com excesso de peso, e 25,9% estão com quadro de obesidade. Essa doença, infelizmente, também afeta crianças e adolescentes. Muitas vezes, na escola, é comum presenciar bullying com crianças que estão acima do peso. Quando esses atos avançam para a fase adulta, passa a ser chamado de gordofobia.

O dia 4 de março é considerado o Dia Mundial da Obesidade. A ditadura da beleza, imposta na sociedade há décadas, faz com que esses corpos sejam tratados como aberrações, fora do padrão e excluídos de todas as formas. Isso existe com base em um preconceito. Como isso afeta a saúde mental?

Segundo a psicóloga Thalita Martignoni, essas representações sociais que são compartilhadas na mídia e nas nossas piadas, criam o estereótipo de que o gordo é aquele que não tem muito sucesso, ou que não tem força de vontade, que tem preguiça, e que existe um padrão ideal a ser atingido, de uma pessoa jovem, esbelta. “Quem não alcança esse padrão é visto como fracassado. O que temos que combater é essa atitude, essa representação de que as pessoas que não têm o corpo ideal merecem menos respeito, ou menos consideração”, afirma.

Thalita ainda diz que, se formos olhar o sofrimento psíquico daqueles que sofrem um tratamento diferenciado na sociedade, é possível encontrar transtornos como ansiedade e depressão. “Isso se torna muito cruel, principalmente para as crianças. Por isso o Dia Mundial da Obesidade é um dia de conscientização”.