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Car-T: técnica usada na luta contra o câncer é tema de debate em Congresso Internacional sediado em São Paulo

Técnicas de engenharia genética estão revolucionando a oncologia e, dentre todas elas, as de CAR-T Cell se tornaram destaque, com resultados promissores no tratamento de doenças oncológicas do sangue, tais como mieloma múltiplo, leucemia e linfoma de células B.

O tema, que recentemente foi capa da renomada revista científica Nature, é um dos destaques do Congresso Internacional Oncoclínicas, que acontece entre os dias 14 e 16 de setembro presencialmente em São Paulo, no WTC Events Center, e com transmissão ao vivo por plataformas divisoras.

A importância e os avanços desta técnica, assim como os desafios na área, fazem parte do painel Terapia Celular, que acontece nesta sexta-feria (15), a partir das 11h10. De forma resumida, a terapia CAR-T utiliza as atividades de células T, que estão no sistema imunológico e defendem o corpo de doenças e demais corpos estranhos ou contaminados com vírus, por exemplo.

O princípio do novo tratamento é manipular essas células para que elas possam combater também os agentes cancerígenas. Ela vem se mostrando promissora para casos avançados, em que os recursos para tratamento se mostravam pouco efetivos para frear a progressão da doença.

(Foto: Reprodução/OncoClínicas)

“São drogas vivas, chamadas de terapia celular, que aprimoram o sistema de defesa do paciente para que ele promova a cura através da destruição das células do câncer. Dentre elas, o CAR-T é uma nova modalidade de tratamento que, pela sua importância, insere-se como um novo pilar na jornada de tratamento do paciente, junto com a imunoterapia, quimioterapia e radioterapia. Nesse caso, no entanto, ela oferece uma resposta mais específica, pois trabalha de forma personalizada, guiada para tratar aquela célula, aquele câncer, aquela mutação, e não apenas de uma maneira geral, em todo o corpo”, analisa Renato Cunha, hematologista e líder do Programa de Terapias Gênicas do Grupo Oncoclínicas.

Nos Estados Unidos, a FDA (órgão equivalente à Anvisa) vem aprovando tratamentos desde 2017. Desde então, mais de 20 mil pessoas já se submeteram a algum tipo de terapia CAR-T, segundo a publicação. Aqui no Brasil, o primeiro paciente tratado foi em 2019 de forma experimental, já que as primeiras drogas aprovadas pela Anvisa aconteceram apenas em 2022.

Para Renato Cunha, um dos maiores pesquisadores do assunto no Brasil e palestrante do evento, os desafios ainda são grandes. “Falta capacidade de produzir rapidamente grandes quantidades de células. Precisamos de novas tecnologias para o processamento”, afirma.

Como aponta o médico, para realizar pesquisas e experimentos é preciso trilhar um caminho longo pautado, sobretudo, em demonstrar a segurança e efetividade do tratamento proposto. Mas os avanços são impressionantes, conforme apontam os resultados que vêm sendo verificados mundialmente.

No Grupo Oncoclínicas, os procedimentos envolvendo CART começam a ser realizados na prática, para além do ambiente de estudos, fazendo dele atualmente um dos poucos centros de saúde já autorizados a realizar o procedimento no país. O primeiro com o uso da técnica em um paciente aconteceu no final de março, em Minas Gerais.

“Contamos com uma equipe de médicos hematologistas, especialistas e outros profissionais da saúde que foram treinados para garantir o que há de melhor e mais moderno dessa nova linha de cuidado onco-hematológica. Além disso, a Oncoclínicas construiu uma linha de cuidados nacional, com absoluto rigor técnico das indicações. Através desse modelo, conseguimos atender e encaminhar para tratamento com células CAR-T pacientes de qualquer região do Brasil”, ressalta Cunha.

Segundo ele, o desenvolvimento dessa nova frente de atuação demandou, adicionalmente, uma intensa troca de conhecimento com outros centros de oncologia e hematologia de fora do país.

“Para estarmos aptos a incluir o CAR-T na linha de cuidados oncológicos oferecida pela Oncoclínicas passamos os últimos anos em um intenso processo de imersão no assunto. Contamos especialmente com o apoio do Dana-Farber Cancer Institute, da Harvard Medical School – referência global no tratamento do câncer e com o qual contamos com uma parceria exclusiva para a América Latina. Assim foram somadas expertises nesse processo de aprimoramento, tanto das áreas físicas como da estruturação das práticas para realização das etapas que envolvem esse tipo de tratamento, criando um centro completo e altamente qualificado para atendermos aqueles que forem elegíveis à terapia CAR-T, como o cancer center que temos em Belo Horizonte, o Oncobio”, diz Cunha.

“De forma simplificada, as células geneticamente modificadas adquirem a capacidade de ‘enxergar’ e destruir as células cancerígenas, descobrindo onde estão os ‘inimigos’ que estavam enganando os mecanismos de resistência do sistema de defesa humano do paciente”, finaliza Renato Cunha.

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