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Cirurgia robótica e novos medicamentos são aliados para os pacientes com câncer de bexiga

Anvisa aprovou o medicamento Enfortumabe Vedotin para os casos localmente avançados ou metastáticos

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Cirurgia robótica e novos medicamentos são aliados para os pacientes com câncer de bexiga (Foto: Divulgação)
Cirurgia robótica e novos medicamentos são aliados para os pacientes com câncer de bexiga (Foto: Divulgação)

Novos tratamentos e a cirurgia robótica têm garantido maior qualidade de vida para pacientes com câncer de bexiga, o segundo tipo de tumor que mais afeta os homens, ficando atrás apenas do câncer de próstata. Recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o medicamento Enfortumabe Vedotin para os casos localmente avançados ou metastáticos. “Essa liberação traz mais uma possibilidade de linha terapêutica”, comemora a oncologista clínica Mariane Fontes, da Oncoclínicas Rio de Janeiro.

Um estudo apresentado no encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2023), em junho deste ano, também mostrou progressos importantes, com a redução em 36% do risco de morte em casos de câncer de bexiga, com o uso de Erdafitinibe, medicação que tem como alvo a tumores com alterações genéticas no gene FGFR, relacionada ao crescimento do câncer e presente em torno de 20% dos pacientes com a doença.

O grande empecilho para quem necessita do medicamento é o seu preço. Dependendo da dosagem e da quantidade de comprimidos, o valor varia entre R$ 17 mil e R$ 82 mil, afastando a droga da imensa maioria dos brasileiros. Isso não significa, no entanto, que pacientes com câncer que podem se beneficiar do uso do Erfandel precisam ficar sem o remédio. Quem tem plano de saúde, pode solicitar o custeio à operadora assim que o remédio for prescrito pelo médico.

A cirurgia robótica também vem sendo cada vez mais utilizada no tratamento, reduzindo as chances de complicações quando a bexiga precisa ser retirada. “Todas as etapas do procedimento desde a retirada da bexiga até a confecção de uma nova bexiga com intestino podem ser feitos por via robótica. Benefícios para o paciente incluem incisões menores, menos sangramento, menor chance de necessidade de transfusão de sangue, menos infecção de ferida operatória, menor tempo de internação – em média cinco dias-, rápida recuperação e retorno precoce às atividades cotidianas”, afirma André Berger, um dos pioneiros em cirurgia robótica no Brasil, coordenador nacional de Urologia do Grupo Oncoclínicas que opera, no Rio de Janeiro, na Casa de Saúde São José (CSSJ), além de hospitais em São Paulo e Porto Alegre. Na São José temos um programa robusto de cirurgia robótica preparado para atender os casos mais complexos em uro-oncologia ”, explica.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê que no Brasil serão 11.370 novos casos de câncer de bexiga em 2023. Só no estado do Rio de Janeiro, são previstos 1.380 novos pacientes este ano. Quanto mais cedo o câncer for identificado, mais chances há de o tratamento ser bem-sucedido. Por isso, é preciso ficar atento, principalmente porque a maior parte dos tumores no órgão são assintomáticos. Um dos sinais que acendem o alerta é a presença de sangue na urina. “Nesses casos, é preciso investigação com um médico urologista”, explica Mariane, lembrando que outros sinais da doença são dor durante o ato de urinar, além da necessidade frequente combinada com a dificuldade de micção.

A principal causa do câncer de bexiga, segundo ela, é o tabagismo, que está associado à doença em 50 a 70% dos casos. Fumantes passivos, com muito tempo de exposição ao cigarro, também podem desenvolver a doença. Para detectá-la o paciente precisa passar por uma cistoscopia, exame endoscópico. O material recolhido durante o exame é enviado para a biópsia. Outros exames que também são comuns para investigação da neoplasia são: citologia urinária, exame simples para verificar a presença de células cancerígenas em uma amostra de urina, além de ressonância e tomografia.