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Dia Nacional da Bossa Nova e aniversário do Tom Jobim são celebrados nesta quinta-feira

Para marcar a data, o MIS RJ destaca trechos marcantes da entrevista exclusiva do cantor e compositor, que teve duração de três horas

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Tom Jobim ao microfone em seu Depoimento para a Posteridade realizado no MIS RJ, em 19 A esquerda, o presidente do Museu à época Ricardo Cravo Albin. Foto Destaque: Colerão MIS / Acervo MIS RJ

É celebrado, nesta quinta-feira (25) o nascimento de Tom Jobim e o Dia Nacional da Bossa Nova. Para marcar a data, o MIS RJ destaca trechos marcantes da entrevista exclusiva do cantor e compositor, que teve duração de três horas.

“Eu venho aqui em defesa da bossa nova, dizer que a bossa nova é brasileira. Muito brasileira”, afirmou Antônio Carlos Jobim no dia 25 de agosto de 1967 ao participar da série histórica Depoimentos para a Posteridade, do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro.

A afirmação de que a bossa nova é brasileira foi feita no momento em que Tom Jobim e os participantes da gravação (Vinicius de Moraes, Oscar Niemeyer, Raimundo Vanderlei, Dorival Caymmi e Chico Buarque, além de Ricardo Cravo Albin, diretor do MIS, à época) falavam sobre o surgimento do gênero musical que ficou conhecido no mundo todo.

O tema em questão era a suposta influência exercida pelo jazz norte-americano na musicalidade “bossa novista”. Segundo Tom, se houve influência, ela foi inversa, ou seja, para o compositor, a bossa nova influenciou o jazz.

O cantor e compositor está entre os artistas brasileiros mais conceituados do mundo. Tom Jobim teve obras gravadas em diversos idiomas. Dentre as mais famosas está “Garota de Ipanema”, de 1962, que ganhou inúmeras versões e inspirou o filme com mesmo nome.

Tom Jobim gravou discos nos Estados Unidos, sendo um deles com Frank Sinatra. Ganhou prêmios e fez parcerias de peso. Aos 40 anos, idade que tinha ao dar seu testemunho para o projeto do MIS RJ, destacou os nomes mais presentes no início de sua carreira.

As composições de Tom Jobim aliadas à poesia de Vinicius de Moraes estão entre os marcos do início da bossa nova. Uma delas é “Canção do Amor Demais”, que deu nome ao LP gravado por Elizeth Cardoso, em 1958. O MIS RJ salvaguarda fotos da cantora na ocasião do lançamento do disco.

Somente o setor iconográfico do museu, que é responsável pela preservação e tratamento técnico de fotografias, negativos, cartazes, pinturas e álbuns impressos, reúne 171 itens relacionados a Tom Jobim.

No setor de partituras, uma raridade: a composição manuscrita da música “Serenata do Adeus” assinada pelo próprio autor, Tom Jobim, e que também fez parte do LP considerado um dos precursores da bossa nova. O MIS RJ salvaguarda 177 partituras ligadas ao cantor e compositor.

Algumas músicas do álbum de Elizeth, como “Canção do Amor Demais” e “Por Toda a Minha Vida”, tiveram o acompanhamento do violão de João Gilberto. Um clássico exemplo do que queria dizer Tom sobre a “purificação do som”.

Falando de Newton Mendonça

“Exato. O Mendonça era músico e letrista. E ele inclusive tem muita coisa dele, própria dele, que ele compunha mesmo, fazia letra e música. Eu de vez em quando faço uma letrinha (risos). Uma vez ou outra quando não tem um parceiro à mão, assim, eu faço uma letrinha. Mas, no caso nosso, assim, quando a gente sentava, ficou mais ou menos convencionado, né? Foi um… quer dizer, nunca nós comentamos isso, mas ficou mais ou menos, a máquina nossa funcionava mais ou menos assim, quer dizer, eu sentava no piano e ele pegava o caderno. O famoso caderno, aquele caderninho… e ele era um sujeito muito lúcido, muito informado, lia muito e zangado com o mundo, não é, Vinicius?”

Sobre João Gilberto: “O João chegou assim com… foi um refresco aquilo, né? Aquela coisa do João, e já naquele disco da Elizeth ele mandou aquela brasa, aquele violão limpo dele, com aquele ritmo formidável e o negócio começou a mudar muito”.

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