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Garotinho recorda sufoco em viagem à Romênia e relata que quase foi preso ao atravessar rua

José Carlos Araújo relembrou o início da carreira e momentos marcantes da trajetória profissional em entrevista ao programa "De Frente com Elas", da Super Rádio Tupi

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José Carlos Araújo relembrou o início da carreira e momentos marcantes da trajetória profissional em entrevista ao programa "De Frente com Elas", da Super Rádio Tupi (Foto: Talita Giudice/Super Rádio Tupi)

José Carlos Araújo relembrou o início da carreira e momentos marcantes da trajetória profissional em entrevista ao programa “De Frente com Elas”, da Super Rádio Tupi
(Foto: Talita Giudice/Super Rádio Tupi)

O programa “De Frente com Elas”, da Super Rádio Tupi, contou com uma edição especial de Páscoa no último dia 04. A atração, comandada pelas jornalistas Isabele Benito e Márcia Pinho, entrou no clima familiar da data e recebeu três grandes nomes da Tupi como convidados: o despertador do Brasil, Antonio Carlos; o motivador das manhãs, Clóvis Monteiro; e o fenômeno do rádio, José Carlos Araújo, o Garotinho.

No bate-papo com José Carlos Araújo, o narrador esportivo recordou o começo da trajetória nas ondas do rádio. “Trabalho em rádio desde os 14 anos de idade. Fazia programa com uniforme do Colégio Pedro II na Rádio Roquette Pinto e na Rádio Nacional. Programa de estudante, então ali eu já tinha aquela vocação”, recordou. “Faço rádio por amor e por vocação”, fez questão de destacar.

Porém, o começo de José Carlos Araújo não foi na área esportiva. E até conseguir estrear na cobertura futebolística não foi nada fácil. “No dia em que eu ia estrear, não houve jogo. Dia primeiro de abril de 1964. O dia que assinei minha carteira como repórter, substituindo o repórter antigo que já faleceu, o Pedro Paradela, exatamente na Rádio Globo, onde eu era plantonista. Eu era rádio-escuta. Eu era professor de geografia, locutor comercial da Rádio Eldorado e eu queria fazer futebol”, relembrou.

Com o tempo, Garotinho não só conseguiu estrear, como aos poucos foi ganhando mais e mais espaço. E em 1969, fez sua primeira viagem internacional, com o intuito de cobrir as eliminatórias da Copa do Mundo de 1970. “Tinha 27 anos, por aí. Eu viajei sozinho para Romênia. Ia para Romênia, para antiga Iugoslávia e ia para Alemanha”, contou.

“Me lembro que o Celso Garcia, que foi quem levou o Zico para o Flamengo, foi quem me levou para o rádio esportivo. Ele faleceu já. Era narrador esportivo, professor da Universidade Gama Filho… Aí eu me lembro que o Waldir Amaral me chamou e disse assim: ‘O Celso não vai viajar, você se prepara que vai ter de fazer as eliminatórias da Copa do Mundo. Vai ficar um mês viajando sozinho’. Nunca tinha viajado na minha vida. Só arranhava um pouco de inglês e francês que aprendi no Colégio Pedro II”, relatou.

“Quando eu salto na Romênia, em Bucareste, eu tinha uma mala grande, sem rodinha e sem nada. Saltei do aeroporto, fui para uma avenida grande e não tinha sequer reserva de hotel”, continuou. “Me lembro que eu saltei nessa avenida enorme em Bucareste e, para atravessar, demorava o dobro de tempo da Presidente Vargas para se ter uma ideia. E eu atravessei fora de sinal, fora de tudo. Quando menos esperava veio um guarda e apitou. Me prendeu”, declarou, aos risos. “Falei para o guarda, em francês: ‘Olha, eu sou jornalista esportivo, vim aqui para transmitir as eliminatórias da Copa. Ele respondeu para mim assim: ‘Mas isso aqui não é um campo de futebol’. Depois de muita conversa, consegui retornar e atravessei”, completou.

Hoje, anos após tal experiência, José Carlos recorda o episódio com carinho e diz que tudo isso contribuiu para ser o profissional que se tornou. “Você apanha, mas aprende muito”, ressaltou. E quando questionado sobre o gol mais marcante ao longo de toda a sua trajetória, obviamente, os narrados em Copas tem todo um peso especial. “São 57 anos narrando futebol. Então, são muitos gols emocionantes de Copa do Mundo, logicamente”, afirmou.

Garotinho ainda chamou atenção que, muito destes anos, esteve ao lado de um parceiro de longa data: Washington Rodrigues, ou simplesmente Apolinho. “Eu já fiz doze Copas do Mundo, eu e o Apolinho. Acho que ninguém em atividade hoje, trabalhando efetivamente, cobriu doze Copas do Mundo como nós”, frisou.

Mas não foi só em Copas do Mundo que José Carlos Araújo deixou sua marca. “Uma vez eu estava em um táxi, saindo do Aeroporto Santos Dumont para ir para Glória, e tocou o telefone celular do taxista. E o toque era um gol do Pet (Dejan Petković, ex-jogador de futebol), aquele aos 43 minutos, do 3 a 1, Flamengo em cima do Vasco, Flamengo campeão. E era a minha narração. O cara não sabia quem era eu, mas na hora que saltei ali na Glória, que ele me reconheceu, aí já viu: abraçou, tirou selfie comigo…”, rememorou. “Esse foi o gol, pelo menos que eu vi, a repercussão maior. Até hoje! Ainda ontem recebi uma lista com os dez gols mais importantes da história do Flamengo e esse gol, narrado por mim, estava lá”, complementou.

Atualmente com 80 anos de idade, Garotinho assegurou que o segredo para se manter na ativa é uma vida regrada. “Eu acho que sou um cara que consegui continuar trabalhando em alta performance pela disciplina. Sou um cara muito disciplinado”, destacou. “Eu me cuido. Eu não janto, não como sal, não como açúcar”, elencou na sequência.

O tempo de carreira também fez com que o narrador se surpreendesse com a força que seu nome e sua imagem alcançaram. “Eu estou no Aeroporto Santos Dumont, chega o Marcelo Adnet, me pega pelo braço e diz que é meu fã. Aí eu digo: Meu Deus do céu, o que é isso!”, relatou, espantando. “Eu era fã do Chico Anysio e de repente ele chega e diz que é meu fã. Ficou meu amigo, meu irmão. Até o último momento da morte dele ali no Hospital Samaritano, em Botafogo, eu estava ao lado dele. Ele mandava me chamar”, lembrou ainda.

Abaixo, confira a entrevista completa de José Carlos Araújo ao ‘De Frente com Elas’:

https://www.youtube.com/watch?v=xiIByzUdOTw

 

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