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Brasil

Homens ganham 16% a mais que mulheres. Como os RHs devem lidar?

Segundo o especialista em RH, Claudio Riccioppo, o encerramento das carreiras e as pausas graças à maternidade são alguns fatores que contribuem para que as mulheres ganhem menos.

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Carteira de trabalho
Carteira de trabalho (Foto: Reprodução)

Segundo pesquisa divulgada pelo IBGE, os homens eram maioria entre os empregados por empresas e também tinham uma média salarial 16,3% maior que as mulheres em 2021. Esse é um assunto muito polêmico, pois envolve uma condição cultural e histórica, além de fatores naturais que influenciam bastante nos números. Sendo assim, como o setor de Recursos Humanos das empresas devem lidar com essa situação?

Segundo o especialista em RH e gestão de carreiras, Claudio Riccioppo, o fato de muitas mulheres encerrarem suas carreiras, ou até mesmo realizarem intervalos significativos graças à maternidade, é um dos fatores que contribui para isso. “As mulheres, se quiserem, devem ter filhos e isso não deveria ser critério entre recrutadores. Mas é extremamente difícil encontrar um homem que paralise a sua carreira ao tornar-se pai. Isso já ocorre com enorme frequência entre as mulheres. Ou seja, para se alçar voos profissionais maiores e alcançar postos de trabalho do topo do organograma empresarial, é preciso tempo e constância. Qualquer intervalo pode comprometer o resultado da caminhada e isso certamente fará toda a diferença de quanto mais longe vai se chegar”, explica.

Especialista em RH e gestão de carreiras, Claudio Riccioppo
Especialista em RH e gestão de carreiras, Claudio Riccioppo (Foto: Divulgação)

Ainda segundo Claudio, outro fator muito relevante é a escolha de profissões. “Em todos os países temos profissões que pagam maiores salários e outras que pagam menores salários. Engenharia e TI, por exemplo, que tem alta remuneração, são áreas tomadas por homens. O número de mulheres engenheiras e profissionais de TI é muito menor do que o número de homens. O mesmo ocorre, por exemplo, com psicologia e serviço social, que são áreas tomadas por mulheres e que possuem salários bem mais baixos. Sabemos que não há qualquer impeditivo para que uma ou outra área seja abraçada por homens ou por mulheres, mas estas escolhas comuns refletem nos resultados das pesquisas. É preciso que haja um estímulo para que mulheres se vejam nessas profissões”, analisa.

Claudio finaliza dizendo que, infelizmente, não se pode “tapar o sol com a peneira” e fingir que o fato das mulheres terem o direito à licença maternidade e fazer com que o seu empregador tenha que pagá-las mesmo estando ausentes não irá influenciar na hora de uma contratação. “Influencia sim. É muito difícil algum recrutador assumir que, em um critério de desempate entre um profissional e outro, acabou optando por um homem a fim de evitar esse risco. Isso não deveria acontecer, mas infelizmente acontece”.

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