‘Modo robô’: você se desconecta ao fazer tarefas do dia a dia?

Já reparou quando você abre a geladeira e esquece o que ia pegar? Quando está em uma conversa e não ouviu o que a pessoa disse? Foi até algum lugar e não lembra como chegou lá? Situações desse tipo são exemplos rotineiros do modo “piloto automático”, que é a capacidade que o cérebro tem de realizar ações repetitivas sem prestar atenção nelas. Por que isso ocorre?  É prejudicial para a mente? Como minimizar o piloto automático no dia a dia?

Segundo a psicanalista Leila Cristina, nem tudo que fazemos ou sentimos é consciente e nossas ações não são deliberadamente livres diante de situações externas. No entanto, quando sentimos fome, sede, ou quando sentimos algum risco, nos deparamos com ações que nos surpreendem.

“Segundo Freud, nós temos a mente dividida em três partes: consciente, pré-consciente e inconsciente. No consciente, temos tudo que está sendo vivido no momento. No pré-consciente, há as memórias menos importantes, que podem ser consultadas de forma muito rápida, e no inconsciente ficam as lembranças mais importantes e significativas para nós. Essas memórias são muito poderosas e vão registrar também momentos em que fomos reprimidos”, explica Leila.

 

Quando temos que repetir ações mecanicamente, muitas vezes nos desligamos. Quando dirigimos por um lugar que já conhecemos, por exemplo, ou quando dirigimos por uma reta, isso pode acontecer e existe o risco de acidente. Quando somatizamos algumas reações emocionais, podemos ter sintomas, que podem ser percebidos como uma sensação de ameaça ou medo. Leila dá dicas para que isso seja evitado. “É preciso haver um esforço do consciente para questionar quais ações habituais nossas derivam do inconsciente. Pode-se elaborar pensamentos e ações que modifiquem esses hábitos. É preciso se esforçar”.