Preso acusado de explorar crianças em aplicativo criou grupo para denunciar outros envolvidos

Antes de ser preso pela Polícia Civil, na última terça-feira (04), Pedro Ricardo Conceição da Rocha, o ‘King’, acusado de explorar crianças e adolescentes no aplicativo Discord, criou um grupo virtual para identificar e denunciar outros usuários envolvidos em servidores que exibiam imagens de pronografia infantil. Pedro admite que participou de crimes digitais dentro da plataforma. Com o intuito de reparar os danos causados às vítimas, ele fundou a ‘Opsec’, uma abreviação de “Organização Paneleira de Segurança”.

O próprio investigado relatou que, através do compartilhamento de informações, prints e gravação de vídeos transmitidos em tempo real, conseguiu colaborar para as prisões de Vitor Hugo Souza, Gabriel Barreto Vilares e William Maza dos Santos, primeiros alvos da operação ‘Dark Room’, em São Paulo. Eles exploravam meninas com idade entre 10 e 16 anos em práticas de nudez, auto-mutilação e apologia ao nazismo.

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Pedro Ricardo afirmou que ele foi responsável por fornecer as gravações em que os três jovens aparecem confessando terem abusado das vítimas. Inicialmente, Pedro foi apontado como participante, mas ao longo do inquérito, policiais descobriram que ele havia criado o servidor principal. A Delegacia da Criança e Adolescente Vítima do Rio de Janeiro (DCAV) trabalha com a hipótese de que Pedro se utiliza do argumento para reduzir a culpa em um tipo de estratégia de defesa.

Aos 19 anos, Pedro Ricardo, foi alvo da segunda fase da operação. Ele foi preso na casa da avó, em Teresópolis, na Região Serrana do Rio. Na residência, os agentes apreenderam o computador dele, que transmitia ao vivo uma partida do game ‘League of Legends’. Durante a transmissão, foi possível ouvir os policiais anunciando o mandado de prisão enquanto Pedro Ricardo reagia com surpresa.