O desenho em homenagem à cidade onde mora, emoldurado na parede da escola, atesta o talento do pequeno Christian, de 10 anos. Desenvolver a habilidade para os traços só foi possível graças ao diagnóstico precoce da deformidade que comprometia o uso das mãos. Ele foi o primeiro paciente submetido à técnica conservadora desenvolvida no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) que corrige o problema sem cirurgia.
Diagnosticado ainda bebê com síndrome de Beals-Hecht – uma condição rara que apresenta múltiplas contraturas congênitas, como a camptodactilia, que provoca rigidez na extensão dos dedos -, Christian deu início ao tratamento no Instituto aos sete meses de idade.
“Esse foi um fator fundamental para a correção da deformidade: quanto mais cedo o paciente iniciar o tratamento, maiores são as chances de sucesso da intervenção conservadora (não cirúrgica)”, explica a terapeuta ocupacional Maria da Conceição Soares, que vem acompanhando Christian desde sua chegada ao INTO.
A técnica, que completa uma década esse ano, consiste na utilização de órteses estáticas (aparelho utilizado externamente ao corpo para auxiliar a extensão da parte acometida) para reverter a deformidade através da remodelação do tecido musculoesquelético. “Nos meses iniciais de vida, as estruturas das articulações são mais maleáveis, o que torna essa remodelação tecidual mais fácil”, esclarece a profissional.
Ela ressalta ainda que o diagnóstico precoce pode corrigir a deformidade por meio do tratamento conservador ou minimizar uma correção cirúrgica posterior. “Por isso, é fundamental que pais e responsáveis estejam atentos: se o dedo da criança não estica por completo pode ser um sinal de alguma anomalia congênita da mão”, ressalta Conceição.
Foi justamente esse o indício que Priscila de Lima, mãe do pequeno Christian, observou antes de procurar tratamento para o menino. “Quando ele nasceu, viram que havia uma contratura do braço e das mãos. Ele não segurava o meu dedinho, não tinha garra nenhuma nas mãos. A mão dele não abria”, conta a recepcionista.
Cerca de dois anos após o início da ortetização, Christian já conseguia flexionar os dedos, além de abrir e fechar as mãos. “A vida dele mudou completamente. Foi uma alegria enorme, porque eu imaginava que nunca veria meu filho pegar alguma coisa com as mãos e, hoje, desenhar é o que ele mais gosta de fazer”, comemora Priscila.
O tempo de correção do problema pode variar de acordo com cada paciente, mas o acompanhamento dos casos acontece com intervalos de um a três meses até o final do crescimento esquelético, quando ocorre o fechamento da placa epifisária (placa do crescimento ósseo). Dessa forma, evita-se que a deformidade não retorne.
“O tratamento conservador pode recuperar quase a totalidade do uso funcional das mãos, garantindo a melhoria da qualidade de vida do paciente. Mas a intervenção precisa ser feita de maneira precoce, por isso o alerta é fundamental”, conclui Conceição.
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