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Tragédia em Rio das Pedras e momentos marcantes durante cobertura da Super Rádio Tupi

Natan Gomes, de 30 anos, e sua filha Maitê, de aproximadamente 3 anos de idade, morreram em desabamento na Zona Oeste do Rio

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Desabamento no Rio das Pedras
Desabamento no Rio das Pedras (Foto: Reprodução
Desabamento no Rio das Pedras

Desabamento no Rio das Pedras (Foto: Reprodução

A tragédia que destruiu uma família em Rio das Pedras, comunidade na Zona Oeste do Rio, deixando um pai e uma filha mortos nesta quinta-feira (3), foi marcada por cenas de angústia. Outras quatro vítimas ficaram feridas, entre elas a mãe da criança morta, a Kiara Abreu, de 27 anos. Os mortos foram identificados como Natan Gomes, de 30 anos, e sua filha Maitê, de aproximadamente 3 anos de idade.

O repórter Cyro Neves, da Super Rádio Tupi, acompanhou no local, o trabalho de rescaldo dos Bombeiros durante o acidente e contou detalhes emocionantes de tudo que foi visto. “O cenário que eu vi no momento em que eu pisei na comunidade do Rio das Pedras foi de apreensão, tristeza, solidariedade, união, por parte dos moradores. Um ajudando o outro, um querendo saber notícias das vítimas. Ajudando os bombeiros que a todo momento chegavam com informações. A gente observava aquela movimentação o tempo todo de viaturas chegando e saindo, equipamentos… A expectativa. As horas passando. Tem vítimas? Tem gente viva ainda embaixo dos escombros? Tem criança? Enfim… A todo momento, novas notícias e aquela apreensão. Pessoas feridas saindo e sendo levadas para o hospital. Aquela expectativa. Muita gente chorando. Pessoas que conheciam, que tinham poucos contatos com as vítimas do prédio que desabou mas queriam saber informação. Eles procuravam a gente. Procuravam os jornalistas para saber alguma informação. E ai, tem alguma notícia? E a todo momento chegava um bombeiro, chegava alguma autoridade para conversar com a gente para passar as informações necessárias, precisas para que possamos divulgar nos nossos veículos de comunicação para deixar as pessoas bem informadas. Até mesmo os familiares distantes que queriam saber informações. Algumas informações no início estavam desencontradas com relação a números. Seriam 12 feridos? 13? Aí acabou fechando em 3 pessoas que estavam embaixo dos escombros. Mais as outras que foram encaminhadas para os hospitais”, revelou o jornalista.

Prédio desaba no Rio das Pedras

Prédio desaba no Rio das Pedras (Foto: Reprodução)

“Mas assim, o momento mais triste foi o anúncio das mortes. Principalmente da menina Maitê, de apenas dois anos e 8 meses. A gente observava o tempo todo, né, os Bombeiros falando: Vamos resgatar com vida. Vamos. Vamos acreditar. Eles ficaram brigando, lutando, usaram cães farejadores, um trabalho difícil, minucioso ali para tentar ainda conseguir um caminho de retirá-la com vida, mas infelizmente… Ela morreu. Além disso, o pai dela, o Natan morreu. Enfim, duas vítimas, duas mortes debaixo dos escombros. Uma construção infelizmente irregular, né? Como em outros lugares. Há dois anos na Muzema, 24 mortos e a cena se repete mais uma vez na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Esse foi o cenário que eu vi na saída acompanhando o rabecão com o corpo do Natan, o pai da pequena Maitê. Um cenário, né, nessa tragédia em Rio das Pedras”, finalizou.

 

Após o desabamento, as primeiras vítimas fora socorridas pelo Corpo de Bombeiros para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. Segundo uma das socorristas, as vítimas apresentavam escoriações leves como arranhões e queimaduras. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Jonas Rodrigues de Souza, 29 anos, Antonia Tatiana Leonardo de Souza, de 38, receberam atendimento e foram liberados. Já Nataniela de Souza Braz, de 28 anos, precisou ficar internada por ter sofrido uma queimadura mais séria na perna e precisou ficar em observação. As duas mulheres levadas para o Hospital Lourenço Jorge, são irmãs e o homem é marido de uma delas.

A repórter Tatiana Campbell trouxe mais informações sobre as vítimas. “Segundo uma amiga da família, todas as vítimas desse desabamento são familiares. Uma mulher, cuidadora de idosos, também morava no prédio, mas por um imprevisto no trabalho, precisou dormir fora e se salvou”, contou a jornalista.

Prédio desaba no Rio das Pedras

Prédio desaba no Rio das Pedras (Foto: Cyro Neves / Super Rádio Tupi)

Embora as pessoas sempre relacionem bombeiros ao combate a incêndios, eles também são responsáveis por prevenir as situações de risco e por agir quando casos emergenciais ocorrem.  Os agentes realizaram um trabalho de rescaldo brilhante, e cumpriram o objetivo da corporação, por atuar durante um evento quando a vida humana, a natureza e o patrimônio estão em perigo. Para o especialista em gerenciamento de risco, Wesley Pinheiro, a ação destes agentes foi fundamental para localização das vítimas, bem como evitar que outras pessoas e bombeiros se acidentem.

“Ocorrências de desabamento é a especialidade da equipe de operações de salvamento em desastre do grupamento de busca e salvamento do corpo de bombeiros, devido os riscos do local, como vidros quebrados, pregos, choque elétrico,  locais escorregadios, novos desmoronamentos, falta de ventilação, falta de iluminação, dificuldades de entrar, permanecer e de sair. Dificuldades de entrar equipamentos, máquinas e outros recursos, bem como dificuldades de localizar e retirar a vítima. Esses profissionais do corpo de bombeiros recebem um treinamento chamado de BREC Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas, onde são capacitados a atuar nesse tipo de ambiente”, avaliou ele.

 

 

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