Aluno de jiu-jítsu que ficou tetraplégico após sofrer golpe do próprio instrutor irá receber R$ 313 milhões

Jack Greener, de 30 anos, era iniciante no esporte quando teve o pescoço torcido por Francisco Iturralde (de preto), apelidado de "Sinistro".

O caso aconteceu em uma academia de San Diego (Califórnia), em 2018.

O incidente ocorreu semanas antes de Jack se formar na universidade e foi registrado em vídeo.

Após passar meses hospitalizado e sofrer múltiplos derrames, Jack processou a academia Del Mar Jiu Jitsu, alegando negligência do instrutor, conhecido por seu estilo agressivo.

O caso dividiu opiniões de especialistas: Rener Gracie, neto do brasileiro Helio Gracie, afirmou que o instrutor agiu com negligência, enquanto seu tio, Royler Gracie (foto), considerou o ocorrido um "acidente".

A academia tentou reverter a decisão judicial, mas perdeu em todas as instâncias da Justiça da Califórnia.

A defesa de Jack destacou que a vitória reforça a responsabilidade de instrutores e academias por riscos desnecessários. A academia ainda pode recorrer à Suprema Corte Federal dos EUA.

O Jiu-Jítsu é uma arte marcial de origem japonesa que foi adaptada e desenvolvida no Brasil.

Trata-se de um sistema de combate centrado em técnicas de alavancas, imobilizações, torções e estrangulamentos.

Tradicionalmente, o Jiu-Jítsu era utilizado pelos samurais como forma de defesa pessoal quando estavam desarmados ou com armas inutilizadas.

Em 1914, o mestre japonês Mitsuyo Maeda (foto) migrou para o Brasil e ensinou a luta a Carlos Gracie, que, junto com seu irmão Hélio Gracie, adaptou as técnicas para criar o Jiu-Jítsu Brasileiro.

A versão brasileira é mais focada no combate no chão (ground fighting) e na eficiência contra oponentes maiores.

As principais técnicas incluem quedas, passagens de guarda, raspagens, montadas e finalizações (como arm-locks, triângulos, mata-leão, entre outras).

O Jiu-Jitsu Brasileiro se expandiu mundialmente nos anos 1990, principalmente com a criação do evento UFC (Ultimate Fighting Championship).

Além do aspecto esportivo, o jiu-jítsu também é amplamente praticado como defesa pessoal, como atividade física e como filosofia de vida.

A prática constante desenvolve habilidades como disciplina, autocontrole, resistência mental e física, além de promover a compreensão do corpo, do equilíbrio e da mecânica do movimento.

O sistema de graduação no jiu-jítsu brasileiro é feito por meio de faixas, que indicam o nível de habilidade do praticante.

Para adultos, a sequência é branca, azul, roxa, marrom e preta. Algumas escolas ainda incluem faixas coral e vermelha para mestres de altíssimo nível — para crianças, o sistema tem cores intermediárias.