‘Besouro arretado’ e outros curiosos: pesquisadores descobrem novas espécies de insetos na Caatinga

Pesquisadores do Laboratório de Mirmecologia do Sertão descobriram novas espécies de insetos no semiárido nordestino, em expedições pela Bahia e Pernambuco.

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Foram registradas mais de 100 espécies, incluindo besouros, formigas, vespas e abelhas, algumas inéditas para a ciência.

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Entre elas está o besouro Athyreus arretado, encontrado em Casa Nova, Bahia. O nome foi dado em referência à famosa expressão regional "arretado".

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O inseto se destaca por sua morfologia, com chifre no tórax, estruturas em forma de crista (carenas) e coloração marrom-avermelhada, medindo cerca de 2,3 cm.

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Outras descobertas incluem a joaninha Coeliaria almeidae, encontrada no mesmo local que o besouro arretado.

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Tem também a formiga Eurhopalothrix, encontrada às margens do Rio São Francisco.

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Por fim, os pesquisadores descobriram duas novas vespas parasitas: a Gonatopus cambitos e a Olixon caju.

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Em um trecho do estudo, publicado na revista Zootaxa, foi ressaltada a importância das formigas para o ecossistema da Caatinga.

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De acordo com os cientistas, elas contribuem para a dispersão de sementes, aeração do solo e equilíbrio populacional.

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Os estudos ocorreram em paleodunas — ambientes ainda pouco explorados — e reforçam a necessidade de conservação frente a ameaças como queimadas e expansão agrícola.

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As paleodunas são campos de dunas consolidadas, estágio de transição para a rocha.

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Segundo os autores do estudo, além de nomear novas espécies, o trabalho busca ampliar o conhecimento científico e chamar atenção para a preservação do bioma exclusivo do Brasil, valorizando o patrimônio natural do semiárido.

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O semiárido nordestino é uma região caracterizada pelo clima quente, chuvas escassas e mal distribuídas ao longo do ano.

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É um vasto território que se estende por nove estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais.

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A vegetação predominante é a Caatinga, um bioma exclusivamente brasileiro, conhecido por ser xerófilo, ou seja, adaptado à falta de água.

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Historicamente, o semiárido foi estigmatizado pela pobreza e pelas grandes secas, que forçavam migrações maciças.

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Nas últimas décadas, projetos de captação de água da chuva e tecnologias de irrigação adaptadas têm melhorado a segurança hídrica e alimentar das comunidades rurais.

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Hoje, apesar das condições adversas, o semiárido brasileiro é uma área rica em biodiversidade.

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A região também possui um forte e vibrante patrimônio cultural, expresso na literatura de cordel, na música (como o forró), no artesanato e nas ricas tradições populares.

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