Um dos edifícios mais conhecidos da região central de Belo Horizonte (MG) esconde um espaço que guarda a memória da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945) e pode ser visitado pelo público.
Trata-se de um bunker situado abaixo dos 30 andares do Edifício Acaiaca. Em 22 de agosto de 1942, época em que a estrutura estava em construção, o Brasil declarou guerra ao eixo - formado por Alemanha, Itália e Japão. Getúlio Vargas, então presidente, deu uma ordem que ficou na história.
Crédito: Ataliba Coelho/DivulgaçãoEle determinou que todos os prédios com mais de cinco andares do país precisavam ter um espaço subterrâneo capaz de suportar eventuais bombardeios aéreos.
Crédito: Governo do Brasil Domínio PúblicoO bunker do Edifício Acaiaca tem paredes largas e capacidade para 160 pessoas. É possível entrar em duas salas com piso e sistema de ventilação originais. O local tem saída de emergência acessível por uma porta com fechadura giratória. Ele não chegou a ser usado porque o Brasil, felizmente, não foi bombardeado.
Crédito: Ataliba Coelho/DivulgaçãoBunkers são abrigos subterrâneos e fortificados para proteção contra ameaças, como ataques militares, desastres naturais, ataques nucleares ou outros eventos catastróficos.
Crédito: Thuringius/Wikimedia CommonsO surgimento dos bunkers está relacionado a diferentes contextos ao longo da história. Durante a Segunda Guerra, por exemplo, eles se tornaram parte essencial das estratégias militares.
Crédito: Meronim/Wikimedia CommonsAlguns bunkers são construídos para servir como abrigos civis em casos de emergência, proporcionando proteção contra diferentes tipos de ameaças, como tornados, furacões ou ataques terroristas.
Crédito: Dietmar Rabich/Wikimedia CommonsEm contextos mais recentes, já existem pessoas que construíram bunkers privados como refúgios de sobrevivência, no geral em resposta a preocupações sobre catástrofes globais, colapsos sociais ou eventos apocalípticos.
Crédito: Divulgação/Atlas Survival SheltersConfira a seguir outros 12 bunkers secretos - além desse de Belo Horizonte - que se tornaram pontos turísticos!
Crédito: herb1979 por PixabayThe Greenbrier (Virgínia Ocidental, EUA) - Nos anos 1950, foi erguido um abrigo antinuclear no lugar para abrigar todo o Congresso dos Estados Unidos em tempos de guerra. Conhecido como "Centro de Relocação de Emergência", foi desativado em 1992, quando sua existência foi revelada pela mídia.
Crédito: Z22 /Wikimédia CommonsHoje hotel, o local já recebeu 26 presidentes de vários lugares do mundo. Visitantes e o público em geral também têm a oportunidade de explorar este lugar histórico.
Crédito: Z22 /Wikimédia CommonsHospital in the Rock (Budapeste, Hungria) - Inicialmente, o lugar funcionava como um hospital militar durante a Segunda Guerra Mundial e, posteriormente, foi ampliado durante a Guerra Fria para incluir abrigos nucleares.
Crédito: Flickr/Gilbert SopakuwaHoje ponto turístico, o lugar é cheio de manequins que recriam cenas da época, como médicos realizando cirurgias, uma sala repleta de leitos hospitalares e militares percorrendo um labirinto de túneis e salas.
Crédito: Hospital in the Rock / DivulgaçãoThe Kelvedon Hatch (Brentwood, Reino Unido) - Com uma indicação de "bunker nuclear secreto", o abrigo foi construído como parte da defesa aérea do Reino Unido ainda nos anos 1950 e depois se tornou sede emergencial do governo.
Crédito: Genesisman26/Wikimédia CommonsApós ser desativado em 1992, foi convertido em um museu e ocasionalmente é utilizado para diversos projetos cinematográficos, incluindo o game “The Bunker”, lançado em 2016.
Crédito: Scott Wylie/Wikimédia CommonsNuclear Bunker Museum (Praga, República Tcheca) - Localizado sob uma conhecida cervejaria na cidade, este museu é um ponto de encontro para músicos e artistas.
Crédito: Prague Nuclear Bunker Museum / DivulgaçãoA entrada só é possível com a presença de um guia, e o local agora abriga uma mostra de itens utilizados pela União Soviética durante a Guerra Fria e a Segunda Guerra Mundial.
Crédito: Flickr/Karen BlakemanBunker 42 (Moscou, Rússia) - Esse bunker foi erguido próximo ao Kremlin com o propósito de servir como refúgio para Joseph Stalin e o governo da União Soviética em caso de um ataque nuclear.
Crédito: CreativeAtualmente, o local funciona como um museu, com salões, salas de conferências, bar e restaurante, além de receber festas de casamento e infantis. Em dias normais, o bunker é aberto à visitação e possui artefatos da Guerra Fria e do período soviético em geral.
Crédito: Creative CommonsHack Green (Nantwich, Reino Unido) - Esse complexo subterrâneo começou como um local utilizado para operações militares durante a Segunda Guerra Mundial. Nos anos 50, o bunker sofreu uma reforma para resistir a explosões.
Crédito: Espresso Addict/Wikimédia CommonsNo fim dos anos 1990, o local foi desativado e passou a permitir visitação do público, que pode explorar centros de comunicação, instalações de descontaminação e ouvir transmissões originais. Também fica lá a maior exposição pública de armas nucleares na Europa.
Crédito: Hack Green Secret Nuclear Bunker / DivulgaçãoARK D-0 (Konjic, Bósnia) - Idealizado por Josip Broz Tito, ex-líder iugoslavo, o lugar foi refúgio para 350 membros da elite em caso de um ataque nuclear. Foram 26 anos até a construção ser concluída.
Crédito: Zavicajac/Wikimédia CommonsO bunker quase foi demolido em 1992, mas permaneceu intacto graças à resistência da guarda militar da Bósnia. Para visitar o local, é possível fazer uma reserva por meio de uma empresa de turismo local ou participar da Bienal de Arte Contemporânea, um evento cultural europeu apoiado pela UNESCO.
Crédito: Mladen Stilinovic / DivulgaçãoBroadway Tower (Broadway, Reino Unido) - A conclusão da Torre da Broadway ocorreu em 1798, por iniciativa de George William, sexto conde de Coventry, que a definiu como um mirante.
Crédito: MykReeve/Wikimédia CommonsDepois, a torre chegou a ser usada para monitorar aviões inimigos sobre a Inglaterra durante as Guerras Mundiais, tendo ainda um bunker subterrâneo para proteção contra ataques nucleares na época da Guerra Fria. Desde 1991, o lugar está aberto para visitação.
Crédito: Flickr/ricksphotos101Bunker Ligatne (Ligatne, Letônia) - Apelidado de “A Casa da Pensão”, este bunker fica abaixo de um centro de reabilitação com spa, a uma profundidade de 10 m. Originalmente, ele foi concebido para abrigar a elite comunista letã em caso de um ataque nuclear.
Crédito: Laima Gutmane/Wikimédia CommonsProjetado para acomodar até 250 pessoas por três meses, o bunker conta com sistema de esgoto próprio, poço de água e fornecimento de eletricidade. Está desativado desde 2003.
Crédito: Ken Eckerte/Wikimédia CommonsHotel Nacional de Cuba (Havana, Cuba) - O hotel serviu de quartel-general para personalidades como Che Guevara e Fidel Castro durante a Crise dos Mísseis de Cuba, no início dos anos 1960.
Crédito: nurzumspass/Wikimédia CommonsO hotel de luxo também é conhecido por já ter recebido personalidades famosas como Winston Churchill, Frank Sinatra e Naomi Campbell. Além disso, o lugar se tornou um dos preferidos dos membros da máfia, o que foi retratado em “O Poderoso Chefão: Parte II”.
Crédito: Jongleur100/Wikimédia CommonsBunker JFK (Flórida, EUA) - Durante a Crise dos Mísseis de Cuba, John Fitzgerald Kennedy (JFK) ocupava o cargo de presidente dos Estados Unidos. Para assegurar que ele sempre estivesse próximo a um abrigo, a Marinha Americana construiu este bunker sob a Ilha de Peanut, a apenas 10 minutos de sua residência em Palm Springs.
Crédito: Flickr/Willy VolkApós o fim das ameaças de guerra nuclear, a estrutura foi deixada de lado. Na metade da década de 1990, o local foi alugado para fins de restauração e, em 1999, aberto ao público para visitação. Contudo, o espaço foi fechado no final de 2017, sem uma previsão para reabertura.
Crédito: Reprodução de vídeo Youtube Canal FoxBunk’Art (Tirana, Albânia) - Inicialmente inaugurado como abrigo de fuga para o ditador comunista da Albânia, Enver Hoxha (1941-1985), e seu governo, este palácio subterrâneo original de cinco andares e 106 quartos passou por uma transformação.
Crédito: Instagram/@bunkart2Atualmente, uma parte do complexo abriga um museu histórico e uma galeria de arte contemporânea, onde são recriadas configurações originais da época, incluindo objetos e móveis.
Crédito: Instagram/@bunkart2