À beira do Rio Tapajós, no coração do Pará, situa-se Fordlândia, uma cidade fantasma fruto do sonho megalomaníaco de Henry Ford, o da marca de carros. Ao buscar transplantar o estilo de vida americano para a selva, a cidade foi criada em 1928 para ser a “Detroit da Amazônia”.
Hoje, as ruínas da cidade seguem como testemunho histórico de um megaprojeto abandonado que evidencia como a Amazônia constantemente despertou o interesse de estrangeiros. Atraídos por seu imenso potencial, mas em muitos casos incapazes de entender plenamente sua diversidade e complexidade.
Crédito: reprodução/ tripadvisorHenry Ford idealizou Fordlândia como uma colônia industrial americana para produção de borracha. O objetivo era escapar do monopólio britânico e garantir látex para pneus da Ford Motor Company. Planejada com infraestrutura moderna, a cidade, contudo, enfrentou desafios culturais e ambientais.
Crédito: reprodução/ tripadvisorA fábrica de concreto se levantou e, por 18 anos, manteve a cidade em funcionamento. Até que Ford impôs determinações mais rígidas (futebol e álcool eram proibidos), e os trabalhadores brasileiros reprovaram, revoltando-se contra a americanização forçada, o que acelerou o fracasso do projeto.
Crédito: reprodução/ tripadvisorA estrutura erguida na selva, aliás, foi impactante: casas ao estilo de Michigan, hidrantes típicos dos Estados Unidos e até campo de golfe. A Vila Americana, construída em uma colina para aproveitar a brisa, ainda guarda vestígios desse estilo. Caminhar por ali é reviver uma tentativa de recriar o meio-oeste na Amazônia.
Crédito: reprodução/ tripadvisorA “Palm Avenue” concentra casas de madeira típicas do meio-oeste americano. Algumas foram restauradas e outras estão em decadência, habitadas por moradores locais. O contraste entre preservação e abandono reforça a atmosfera melancólica da cidade.
Crédito: reprodução/ tripadvisorProjetado pelo renomado arquiteto Albert Kahn, o hospital de Fordlândia foi considerado o mais moderno da Amazônia. Hoje, é uma ruína impressionante, com vegetação invadindo janelas quebradas. O espaço é perfeito para fotografia documental e exploração urbana.
Crédito: reprodução/ The Henry Ford OrgO “Galpão da Serraria” permanece de pé com maquinários originais em constante enferrujamento, o que testemunha silenciosamente um tempo em que se acreditava dominar a natureza. As marcas da Ford Motor Company ainda podem ser vistas nos equipamentos abandonados.
Crédito: reprodução/ tripadvisorA icônica Caixa D’água de metal domina o horizonte de Fordlândia. Para quem se arrisca a subir, oferece uma vista panorâmica do Rio Tapajós, o símbolo máximo da cidade e um dos pontos mais fotografados pelos visitantes.
Crédito: reprodução/ tripadvisorAlém da história, o Rio Tapajós oferece praias de água doce belíssimas durante a seca, sendo a orla da cidade um atrativo turístico que combina lazer e contemplação. O rio, portanto, é parte essencial da experiência de visitar Fordlândia.
Crédito: reprodução/ tripadvisorEscondido na mata, o Cemitério Americano guarda os restos de alguns expatriados que viveram na cidade. O local reforça a aura de mistério e melancolia que envolve Fordlândia: uma parada simbólica para quem busca compreender o passado.
Crédito: divulgaçãoPragas nas plantações de seringueiras inviabilizaram a produção de látex, bem como a monocultura imposta por Ford não resistiu à biodiversidade amazônica. Esse erro estratégico foi decisivo para o colapso do projeto.
Crédito: geminiFordlândia é considerada um museu a céu aberto e um prato cheio para fotógrafos. As ruínas industriais, casas decadentes e paisagens naturais criam cenários dramáticos. Nesse prisma, cada clique revela o contraste entre a grandiosidade humana e a força da floresta.
Crédito: reprodução /tripadvisorO projeto ambicioso e fracassado de Henry Ford chegou a ser tema de um vídeo que mostra casas e galpões abandonados, a revolta dos trabalhadores e o declínio da cidade em 1945. Tornou-se, assim, uma fonte rica para quem deseja aprofundar-se na história.
Crédito: reprodução /tripadvisorO acesso a Fordlândia é feito por barco a partir de Santarém ou Itaituba, e a viagem pelo Tapajós, por si só, já é uma experiência turística que vale a pena. O isolamento geográfico foi crucial para a preservação das ruínas até hoje.
Crédito: reprodução /tripadvisorO clima amazônico, por sua vez, divide-se em estação seca e chuvosa. Na seca, surgem praias de água doce e a caminhada entre ruínas se torna mais fácil. Já na cheia, o rio Tapajós domina a paisagem e altera a logística de acesso.
Crédito: reprodução /tripadvisorFordlândia é um monumento à resistência da floresta e da cultura local. Representa a arrogância humana diante da complexidade biológica da Amazônia. Visitar o distrito de Aveiro, aliás, é confrontar o sonho e o fracasso de um dos homens mais ricos do mundo.
Crédito: reprodução /tripadvisorErguida no coração da floresta para satisfazer interesses externos, Fordlândia acabou abandonada, tornando-se símbolo da tentativa fracassada de americanizar a Amazônia. Restaram memórias, ruínas e lições. A Amazônia, porém, permanece magnética, guardando histórias que revelam o desejo constante do mundo por ela.
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