Drones ajudam a limpar o ‘lixão a céu aberto’ do Everest

O Monte Everest, o ponto mais alto do mundo, enfrenta sérios problemas ambientais devido ao intenso turismo e a... sujeira. No último ano, foram retirados 11 toneladas de resíduos e restos humanos da montanha. Agora, drones de carga pesada se unem a guias e escaladores para agilizar a limpeza.

Crédito: Reprodução Instagram @tenzi_sherpa1999

Durante a temporada de primavera, dois equipamentos removeram 300 kg de lixo do Acampamento 1, a 6.065 metros de altitude, transportando em minutos o equivalente ao trabalho de dez pessoas em várias horas.

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Assim, a sujeira na montanha transformou o Everest no mais alto depósito de lixo do planeta. Estima-se que, a cada temporada, cerca de 50 toneladas de lixo sejam deixadas no Everest e 75 toneladas sejam produzidas no acampamento base.

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A dificuldade de acesso complica a organização de um sistema eficaz de coleta e reciclagem. O jornal britânico Daily Mail publicou que, anualmente, entre 900 e 1.000 toneladas de resíduos sólidos são levadas ao parque pelos turistas.

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O Exército do Nepal informou que, em 2022, removeu cerca de 34 toneladas de resíduos do Everest e das montanhas adjacentes. Em 2021, haviam sido 27,6 toneladas.

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Por isso, uma medida recente é a obrigatoriedade de os alpinistas retornarem da escalada carregando as fezes num saquinho apropriado. Esse recipiente contém um produto químico que retira o mau cheiro e preserva as fezes para que elas sejam "conferidas" .

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A medida foi tomada porque o governo recebeu queixas sobre o mau cheiro na montanha e fezes visíveis sobre as rochas, já que a temperatura de 60 graus negativos impede a deterioração. Há até um caminho que já é chamado de "trilha do papel higiênico".

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Em uma postagem que viralizou na internet, o alpinista Tenzi Sherpa definiu assim um trecho da montanha nepalesa: "Acampamento mais sujo que já vi".

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Tenzi Sherpa é guia de trekking ("caminhada") no Everest desde 2019 e compartilhou um vídeo no Instagram para mostrar o lixão na montanha.

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Em entrevista à revista Newsweek, Sherpa disparou: "Acho que o governo deveria estabelecer regras rígidas para aqueles que deixam lixo no Everest. E elaborar um projeto de campanha de limpeza mais eficaz".

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O cenário de detritos é sortido, com barracas abandonadas, instrumentos de escalada, cilindros de oxigênio vazios, lixos plásticos, sapatos, talheres (!!!) e quantidade assombrosa de excrementos.

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Antes de iniciar a escalada, os alpinistas devem fazer um depósito de coleta de lixo para o governo do Nepal no valor de 4 mil dólares. O montante é devolvido integralmente ao fim da expedição caso o turista acondicione na bagagem oito quilos de resíduos.

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De acordo com a National Geographic Society, oito quilos são o peso médio de lixo produzido por uma pessoa durante a escalada da montanha.

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O documentário Everest Sustentável, exibido no Canal Off em 2020, mostrou ação de moradores de uma comunidade local para triturar o lixo. Eles sugerem a turistas que levem de três a quatro quilos desses resíduos para o sistema de coleta do aeroporto.

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Localizado na Cordilheira do Himalaia, entre o Tibet e o Nepal, no continente asiático, o Monte Everest se formou há mais de 60 milhões de anos. O nome pelo qual é conhecido atualmente é uma homenagem ao geógrafo George Everest (1790 - 1866). Antes, a montanha era conhecida como Pico XV.

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Desafio para alpinistas do mundo inteiro, o Everest tem duas rotas de acesso principal, uma pela sudeste do Nepal e outra via nordeste do Tibete.

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Há pouco mais de 50 anos, em 29 de maio de 1953, o neozelandês Edmund Hillary e o guia nepalês Sherpa Tenzing Norgay foram os primeiros aventureiros a completar a escalada do Everest com sucesso.

Crédito: Jamling Tenzing Norgay/Wikimedia Commons

Em maio de 2024, o guia nepalês Kami Rita Sherpa, de 54 anos, escalou o Everest pela 30ª vez, um recorde na história da montanha. A informação é da autoridade de turismo do Nepal.

Crédito: Reprodução/Instagram

O alpinismo é importante fonte de renda no Nepal, pois movimenta o turismo na região, já que muitos trabalhadores atuam como guias na região montanhosa. O país possui oito dos 14 picos mais altos do mundo.

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