O jornalista e escritor Eduardo Bueno, conhecido como “Peninha”, publicou uma retratação após ser alvo de críticas por um vídeo no qual ironizava a morte do ativista conservador americano Charlie Kirk.
As declarações sobre Kirk tiveram repercussão negativa nas redes sociais e resultaram no cancelamentos de eventos e a suspensão de seu podcast. O ativista morreu após ser baleado no pescoço quando participava de um evento na Universidade Utah Valley.
Crédito: Reprodução do Youtube Canal O POVONo vídeo original, Bueno afirmou: “Mataram o Charlie Kirk. Ai, coitado, tomou um tiro, não sei se na cara, o Charlie Kirk. Tem duas filhas pequenas, que bom pras filhas dele, né.”
Crédito: Reprodução do Instagram @buenasideiasApós a repercussão adversa, Peninha admitiu ter ido além do aceitável. Em suas redes sociais, ele disse: “Os deslizes e excessos eventualmente nos incitam e empurram, e não restam dúvidas que cometi”.
Crédito: Reprodução do Instagram @buenasideiasApesar de pedir desculpas, ele criticou o que chamou de uso político de suas falas. Segundo Bueno, parlamentares da extrema direita estariam instrumentalizando suas declarações como “cortina de fumaça” para desviar a atenção da condenação de militares envolvidos nos atos golpistas.
Crédito: Reprodução do YoutubeEle ainda mencionou a hostilidade de parte do público: “80% dos comentários eram absolutamente desprezíveis e horrorosos, de um discurso de ódio”, comentou, admitindo que sua ironia ao tratar da morte de Kirk acabou “se aproximando desse tipo de retórica”.
Crédito: Reprodução do YoutubeMesmo assim, Bueno reafirmou seu desprezo por personalidades conservadoras, citando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o próprio Charlie Kirk.
Crédito: Reprodução do YoutubeEle concluiu: “Embora o assassinato sempre seja algo a ser lamentado, o mundo sem a presença de certas pessoas, como Hitler e Stalin - embora ele não tenha o mesmo alcance que esses aí - é um lugar que fica melhor”.
Crédito: Reprodução do Flickr Famecos PUCRSO impacto do episódio foi imediato. A PUC-RS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - cancelou evento que estava agendado com Eduardo Peninha e o podcast apresentado pelo historiador foi suspenso.
Crédito: Reprodução do YoutubeA pressão foi intensificada por políticos conservadores, como o deputado federal Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais.
Crédito: Reprodução InstagramEduardo Rômulo Bueno, mais conhecido como Peninha, nasceu em 30 de maio de 1958 em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.
Crédito: Reprodução do Instagram @buenasideiasFormado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ele desenvolveu uma carreira multifacetada como repórter, tradutor, escritor e youtuber.
Crédito: Reprodução do Instagram @buenasideiasAos 17 anos, ele deu início à sua vida profissional como repórter no jornal Zero Hora, onde ganhou o apelido “Peninha”, em referência ao personagem da Disney.
Crédito: DivulgaçãoEduardo Bueno se tornou conhecido por suas obras de divulgação histórica, voltadas a tornar acessíveis ao público geral fatos e períodos pouco conhecidos ou pouco estudados do Brasil.
Crédito: - Ana Volpe/Wikimédia CommonsEntre suas produções mais notórias estão a Coleção Brasilis, da Editora Objetiva, composta por títulos como “A Viagem do Descobrimento”, “Náufragos, Traficantes e Degredados”, “Capitães do Brasil” e “A Coroa, a Cruz e a Espada”. As obras se destinam a leitores leigos, interessados em história, com linguagem mais leve.
Crédito: Divulgação“A Viagem do Descobrimento” rendeu ao jornalista gaúcho o prestigioso prêmio Jabuti, o mais tradicional da literatura brasileira, na categoria Ciências Humanas.
Crédito: DivulgaçãoApesar de ser frequentemente confundido com historiador, sua formação acadêmica é em jornalismo, o que faz com que alguns historiadores questionem a profundidade e o rigor de alguns de seus livros. Bueno, por sua parte, defende o valor das obras de divulgação e afirma que há espaço para ambas as abordagens - a do historiador acadêmico e a do escritor ou jornalista que torna a história atraente para o público geral.
Crédito: Ana Volpe/Wikimédia CommonsEle também é autor de obras com outras temáticas, como a história da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, da Caixa Econômica Federal e do Grêmio - seu clube do coração -, além de biografias autorizadas, como a da banda Mamonas Assassinas.
Crédito: Reprodução do GloboplayEduardo Bueno também desenvolveu carreira em meios audiovisuais. Em Porto Alegre, ele participou de programas da TV Educativa, com quadros jornalísticos e culturais.
Crédito: DivulgaçãoEm 2007, Bueno apresentou o quadro “É muita história”, uma série no Fantástico, da Rede Globo, em que aparecia caracterizado como figuras históricas para narrar episódios do passado com uma linguagem mais próxima do público.
Crédito: DivulgaçãoAtualmente, ele comanda o canal Buenas Ideias no YouTube, onde segue difundindo história do Brasil de forma descontraída, com linguagem acessível e voltada para quem não é especialista no tema.
Crédito: Reprodução do Instagram @buenasideiasEm 2003, ele recebeu a Ordem do Mérito Cultural, em reconhecimento à sua contribuição para a cultura no Brasil.
Crédito: Reprodução do Flickr Ana Volpe