Um incêndio de grandes proporções atingiu um complexo residencial de oito edifícios em Tai Po, no norte de Hong Kong, deixando ao menos 44 mortos e 279 desaparecidos, conforme números apurados em 27/11. As autoridades classificam o episódio como o mais mortal na região desde a 2ª Guerra Mundial.
As chamas consumiram o Wang Fuk Court, um conjunto de oito torres de 31 andares com cerca de 2 mil apartamentos e 4.800 moradores. O condomínio passava por reformas. O fogo teria começado no andaime externo de um dos prédios. A estrutura feita de bambu pode ter contribuído para a rápida propagação das chamas.
Crédito: Reprodução de vídeo TV GloboO episódio expõe a crise imobiliária atual de Hong Kong, onde muitas pessoas vivem espremidas em prédios superlotados. Há milhares de apartamentos minúsculos, verdadeiros cubículos, refletindo um colapso habitacional.
Crédito: Reprodução de vídeo TV GloboUma reportagem exibida no "Fantástico", da TV Globo, mostrou como a crise no setor imobiliário afeta duramente a vida da população em uma das maiores metrópoles do mundo.
Crédito: Imagem de Fabian Bölling por PixabayEm Hong Kong, a falta de moradias acessíveis levou milhares de pessoas a viverem nos chamados “apartamentos-caixão”.
Crédito: Reprodução/TV GloboSão verdadeiros microespaços sem janelas, com banheiros minúsculos e cozinhas compartilhadas.
Crédito: Reprodução/TV GloboAlgumas unidades chegam a ter menos de 2 metros de comprimento e 0,5 metro de largura.
Crédito: Reprodução/TV GloboPara se ter uma ideia, esses espaços são ainda menores que uma solitária em uma prisão de Hong Kong.
Crédito: Reprodução/TV GloboO fenômeno revela uma dura realidade marcada por aluguéis altos e desigualdade social extrema.
Crédito: Reprodução/TV GloboMoradores pagam cerca de R$ 1.400 por mês por locais onde mal podem se mover, enquanto o luxo domina os arranha-céus da cidade.
Crédito: Reprodução/TV GloboEspecialistas apontam que a crise resulta de dois fatores: especulação imobiliária e da precarização do trabalho.
Crédito: Reprodução/TV GloboPara alguns moradores, como Mr. Tang, o sonho é ter o mínimo de conforto e privacidade.
Crédito: Reprodução/TV Globo"Um banheiro em que eu consiga entrar de frente. Uma cozinha. Um espaço para colocar uma cadeira e uma mesa ao lado da cama”, relatou ele.
Crédito: Reprodução/TV GloboA assistente social Lain Shan Sze, que acompanha esses moradores há 30 anos, relata histórias marcadas pela solidão, calor sufocante e falta de dignidade.
Crédito: Reprodução/TV GloboA faxineira Wai-Shan Lee, uma das moradoras dos “apartamentos-caixão”, revela que passou a viver ali após perder a mãe e brigar com o irmão.
Crédito: Reprodução/TV Globo“Morar lá é devastador. Sinto falta da minha casa, quero muito voltar para o mundo de quando eu era pequena", contou ao Fantástico.
Crédito: Reprodução/TV GloboEm Hong Kong, o preço médio de um imóvel é cerca de 20 vezes maior que a renda anual de um trabalhador comum.
Crédito: Reprodução/TV GloboA escassez de moradias públicas e as filas de espera de anos tornam esses espaços minúsculos a única opção viável para quem ganha pouco.
Crédito: Reprodução/TV GloboOrganizações sociais pedem reformas estruturais e subsídios habitacionais, mas, por ora, os apartamentos-caixão continuam se multiplicando.
Crédito: Reprodução/TV GloboRecentemente, esses espaços foram rebatizados de “microapartamentos” em uma tentativa de continuar monetizando em cima da desigualdade urbana.
Crédito: Reprodução/TV GloboCom aproximadamente 7,4 milhões de habitantes, Hong Kong tem o maior número de arranha-céus do mundo, ultrapassando cidades como Nova York.
Crédito: Sparktour/Wikimédia CommonsParadoxalmente, em meio a tanta riqueza, o espaço é tão escasso que cemitérios verticais e crematórios automatizados foram criados para lidar com a falta de terreno.
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