Frankenstein ganha ‘nova vida’ pelas mãos de Guillermo del Toro

Entrou em cartaz nos cinemas o aguardado “Frankenstein”, novo longa-metragem de Guillermo del Toro.

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O filme, que chegou primeiro às telonas e tem previsão de entrada no catálogo da Netflix em 7 de novembro, é a realização de um sonho antigo do cineasta mexicano, que há décadas acalenta o desejo de revisitar o mito criado pela escritora Mary Shelley sob sua ótica particular.

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Com Oscar Isaac no papel de Victor Frankenstein e Jacob Elordi como a criatura, a produção apresenta o universo gótico e visceral que é uma marca registrada de Del Toro.

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“Frankenstein”, segundo o próprio diretor, é o filme que ele sempre quis fazer. No Festival de Veneza, onde foi ovacionado, del Toro afirmou que a sua produção tem traços autobiográficos. Entre os destaques do elenco estão ainda Mia Goth, como Elizabeth Lavenza, e Christoph Waltz no papel de Heinrich Harlander.

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Nascido em 9 de outubro de 1964, em Guadalajara, no México, Guillermo del Toro Gómez cresceu entre livros de terror, histórias em quadrinhos e filmes de monstros.

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Ele estudou cinema na Universidade de Guadalajara e, antes mesmo de dirigir seu primeiro longa, fundou uma empresa de efeitos especiais chamada Necropia, onde começou a desenvolver a habilidade que mais tarde se tornaria sua marca: dar vida a seres fantásticos com textura, realismo e emoção.

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Em 1993, Del Toro dirigiu seu primeiro longa, “Cronos”, que foi um sucesso de crítica e venceu nove prêmios no México, além de conquistar o Grande Prêmio da Semana da Crítica no Festival de Cannes.

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O reconhecimento internacional abriu as portas de Hollywood, onde ele realizou “Mimic”, em 1997, um terror urbano sobre baratas mutantes que teve Mira Sorvino no papel principal.

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Depois de retornar ao cinema de língua espanhola com “A Espinha do Diabo”, ambientado na Guerra Civil Espanhola, Del Toro consolidou o estilo que o tornaria único: uma fusão entre horror e melancolia, realismo histórico e fantasia.

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Essa fórmula atingiria seu auge em “O Labirinto do Fauno”, de 2006. Ambientado na Espanha franquista, o filme acompanha uma menina chamada Ofelia, vivida por Ivana Baquero, que se refugia num universo mitológico para escapar da brutalidade do mundo real.

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“O Labirinto do Fauno” conquistou três Oscars - Fotografia, Direção de Arte e Maquiagem - e consagrou o diretor como um autor de voz inconfundível - alguém capaz de transformar o terror em poesia.

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Entre esses dois momentos, Del Toro também se aventurou em produções de grande orçamento, mas sem abandonar seu olhar autoral. Dirigiu “Blade II” e “Hellboy”, adaptando para o cinema o personagem das HQs de Mike Mignola.

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Em “Hellboy II: O Exército Dourado”, de 2008, ampliou essa dimensão visual e emocional, construindo mundos de beleza detalhista e criaturas de aparência assustadora, mas de alma sensível.

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Nos anos seguintes, Del Toro seguiu transitando entre o épico e o íntimo. Em “Círculo de Fogo”, de 2013, prestou homenagem aos filmes de monstros japoneses e à cultura dos robôs gigantes.

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A consagração definitiva viria em 2007, com “A Forma da Água”, um conto de fadas para adultos que lhe rendeu quatro Oscars, incluindo Melhor Diretor e Melhor Filme.

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A história de amor entre uma mulher muda e uma criatura aquática sintetiza a visão de mundo de Del Toro: o monstro é sempre o espelho da humanidade, e o amor, sua forma mais revolucionária.

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Nesse mesmo espírito, o cineasta se aventurou na animação em stop-motion com “Pinóquio”, de 2022, vencedor do Oscar de Melhor Animação, em que reinterpreta a clássica fábula sob o prisma da desobediência, da dor e da ternura.

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Del Toro também tem uma sólida trajetória como produtor. Ele se consolidou como um dos grandes incentivadores do cinema fantástico contemporâneo, especialmente de novos talentos da América Latina e da Espanha.

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Produziu obras marcantes como “O Orfanato”, de J. A. Bayona, que se tornou um dos maiores sucessos do terror espanhol moderno, e “Não Tenha Medo do Escuro”, de 2010, refilmagem de um clássico da década de 1970, em que atuou como roteirista e produtor.

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Sua atuação nos bastidores também se estende a projetos como “Mama”, de 2013, dirigido por Andy Muschietti, e “O Conto dos Contos”, de Matteo Garrone, ambos marcados por atmosferas góticas e pela presença constante da fábula como forma de explorar o medo e a inocência.

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Na vida pessoal, o diretor mexicano casou-se em 1986 com Lorenza Newton, com quem teve duas filhas. A separação do casal aconteceu em 2018 - o anúncio, curiosamente, foi feito dias depois da cerimônia do Oscar que consagrou del Toro por “A Forma da Água”. Desde 2021, ele é casado com a roteirista Kim Morgan, com quem colaborou no filme “O Beco do Pesadelo”.

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