Gabriela Duarte estreia monólogo e faz biografia: identidade própria desvinculada da mãe, Regina Duarte

Gabriela Duarte estreou no teatro com seu primeiro monólogo, "O Papel de Parede Amarelo", inspirado no conto da escritora norte-americana Charlotte Perkins Gilman. No espetáculo, a atriz deu vida a uma mulher diagnosticada com depressão e histeria, que é forçada pelo marido a permanecer isolada em casa, e passou a desenvolver uma obsessão pelo papel de parede de seu quarto.

Crédito: Reprodução Instagram /@gabidu

Ela revela o que a fez aceitar o papel: "Nasceu de um desejo de autoria. Enquanto escrevia minha autobiografia, percebi que queria 'andar com as próprias pernas' e experimentar algo que me desafiasse radicalmente. A história de 'O Papel de Parede Amarelo e Eu' me atravessa porque fala de controle sobre o corpo feminino, saúde mental, isolamento e identidade, temas que ainda são dolorosamente atuais".

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Ela explica que o espetáculo reflete sua trajetória como mulher e artista e trata de experiências de silenciamento. No palco, ela se permite a liberdade de desafiar padrões e afirmar sua autoria, mesmo quando provoca estranhamento. Também se conecta com sua vivência como filha, mãe e atriz que aprendeu a se posicionar.

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A atriz espera que o público saia do teatro com reflexões após assistir à produção, dirigida por Alessandra Maestrini e Denise Stoklos: "Quero que saia pensando sobre autonomia e identidade - a própria, não a que os outros impõem. Se uma pessoa for tocada a questionar os papéis que lhe deram e a cuidar da própria saúde mental, já terá valido".

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Gabriela nasceu em Campinas, São Paulo, no dia 15 de abril de 1974. É filha da atriz Regina Duarte e do administrador Marcos Flávio Cunha Franco e, desde jovem, demonstrou interesse pela atuação, o que a levou a estrear na novela "Top Model" da Rede Globo em 1989.

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Ao longo de sua trajetória, Gabriela construiu uma carreira sólida na televisão brasileira. Se destacou em novelas como "Irmãos Coragem", onde interpretou Ritinha, papel originalmente vivido por sua mãe na versão anterior da trama. Em "Por Amor", deu vida à personagem Maria Eduarda, e em "Chiquinha Gonzaga", atuou, de novo, ao lado de sua mãe.

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Em sua trajetória profissional, Gabriela enfrentou desafios relacionados à sua identidade artística. Em determinado momento, sentiu a necessidade de se desvincular da imagem associada à sua mãe.

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Ela declarou recentemente que ainda sente essa necessidade de afirmar sua própria identidade, e ressaltou que possui “seu próprio CPF”, em razão das constantes comparações com a mãe.

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Ela explica: "Na prática, lido com as comparações com minha mãe reconhecendo nossa história — ela é minha raiz —, mas afirmando minhas escolhas e meu tempo. Aprendi a rir de mim mesma e a sustentar meu caminho, sem negar a filiação".

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Nos anos 2000, Gabriela esteve em novelas como “As Filhas da Mãe” em 2001, onde interpretou Ramona, e em “Esperança” em 2002, como Lívia, papel de destaque na trama de Benedito Ruy Barbosa.

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Outro momento marcante foi em “América” em 2005, quando deu vida à vilã Simone, antagonista da personagem de Deborah Secco. Na novela “Passione”, de Silvio de Abreu, Gabriela interpretou a desequilibrada Jéssica, personagem lembrada pelas cenas intensas e pelo temperamento explosivo.

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Atuou em “Orgulho e Paixão”, inspirada no universo de Jane Austen, dando vida à elegante Julieta Bittencourt, conhecida como a “Rainha do Café”. Também integrou o elenco de “Éramos Seis”, remake do clássico de Sílvio de Abreu e Rubens Ewald Filho, no qual interpretou a vaidosa Natália.

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Além de seu trabalho na televisão, Gabriela também se dedicou ao teatro. Participou de diversas peças, incluindo "Namoro – No Escurinho do Teatro...", "Confissões de Adolescente", "Honra" e "Pedro e Vanda".

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No cinema, Gabriela teve a primeira experiência artística, com duas pequenas participações nos filmes “O Cangaceiro Trapalhão” e “O Trapalhão na Arca de Noé”, ambos lançados em 1983. Mais tarde, voltou às telas em “O Vestido”, longa que lhe garantiu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema Ibero-Americano de Huelva.

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Em relação à sua vida pessoal, Gabriela foi casada com o fotógrafo Jairo Goldflus por 19 anos, com quem teve dois filhos: Manuela, nascida em 18 de agosto de 2006, e Frederico, em 17 de dezembro de 2011. Em janeiro de 2022, o casal anunciou a separação.

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Gabriela assumiu publicamente o namoro com o atleta e empresário Fernando Frewka em outubro de 2023.

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Gabriela Duarte lançará em 2025 uma autobiografia, “Eu, Gabriela”, escrita com a jornalista Brunna Condini. A obra revisita sua infância, carreira e a constante comparação com a mãe, Regina Duarte. Também aborda o fim de seu casamento, a saída da Globo e a busca por reinvenção pessoal e artística. O livro pretende afirmar sua identidade própria, além de “filha de” e atriz consolidada.

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