Homenagem a Cauby Peixoto marca abertura de novo centro cultural em Niterói

A cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, celebrou seu aniversário de 452 anos com a entrega de um novo espaço dedicado à arte e à memória cultural: o Centro Cultural Cauby Peixoto, no bairro de Fonseca.

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Instalado em um casarão antigo que passou por ampla recuperação, o equipamento marca a chegada de um polo cultural público à zona Norte da cidade.

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Durante a abertura oficial, o prefeito Rodrigo Neves lembrou que o cantor Cauby Peixoto, que dá nome ao centro, viveu no bairro e manteve uma forte ligação afetiva com Niterói, sua cidade natal.

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A inauguração apresentou três mostras simultâneas. Uma delas reunia materiais raros sobre a trajetória de Cauby, explorando sua estética e presença cênica.

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A família do cantor participou do evento e doou parte do acervo pessoal dele ao centro. A sobrinha Magali Velasco destacou a importância de tornar público um conjunto de itens que, até então, permanecia restrito aos parentes.

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Cauby Peixoto foi uma das vozes mais singulares da música brasileira e um dos intérpretes mais marcantes do século 20, conhecido tanto pela técnica vocal impecável quanto pelo estilo exuberante.

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Nascido em Niterói, em 10 de fevereiro de 1931, ele cresceu em uma família profundamente ligada à música. Seus parentes tocavam em bandas e orquestras, e desde cedo ele se conectou com repertórios que iam do samba-canção às influências norte-americanas que chegavam pelo rádio.

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No início da década de 1950, Cauby mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de oportunidades profissionais. Começou cantando em cassinos e programas de calouros, onde sua voz potente e afinadíssima rapidamente chamou atenção de produtores e radialistas.

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Não demorou para conquistar seu primeiro contrato fonográfico. A partir daí, iniciou uma trajetória que o levaria a se tornar um dos maiores ídolos da época de ouro da música brasileira.

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Seus figurinos chamavam atenção: roupas brilhantes, capas e detalhes extravagantes. Tudo isso fazia dele um artista à frente de seu tempo, que entendia a importância da imagem muito antes da televisão se consolidar como principal vitrine musical.

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A consagração definitiva veio com o lançamento de “Conceição”, em 1956, canção de Dunga e Jair Amorim que se tornaria seu maior êxito comercial e um símbolo de sua carreira.

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Ele gravou dezenas de discos, participou de projetos especiais e criou parcerias marcantes, especialmente com a cantora Angela Maria, com quem dividiu palcos e álbuns. O disco "Angela e Cauby" (1982) é até hoje lembrado como um dos ápices da carreira de ambos.

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Cauby também participou de filmes musicais da época, entre eles “Com Água na Boca” (1956), onde aparecia interpretando seus sucessos - prática comum para os grandes cantores populares da era.

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Sua relação com o público permaneceu fiel e intensa; Cauby era daqueles artistas que mantinham plateias cativas por toda a vida.

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Entre outros sucessos em sua voz estão “Blue Gardenia”, “Bastidores”, de Chico Buarque, “Tarde Fria”, um de seus sambas-canção mais conhecidos.

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Outro elemento que marcou sua trajetória foi a longevidade artística. Nos últimos anos de carreira, fez shows memoráveis em pequenas casas de espetáculo, onde o público podia sentir de perto a potência e o carisma do intérprete.

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Em 2015, apenas um ano antes de morrer, lançou "Cauby Sings Nat King Cole", trabalho muito elogiado que mostrava sua ligação antiga com o jazz e reforçava sua capacidade de interpretar repertórios complexos.

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Cauby Peixoto morreu em 2016, aos 85 anos, deixando um legado imenso para a música brasileira. Sua voz permanece como referência técnica, e sua presença artística - ousada, dramática e intensamente pessoal - segue influenciando novas gerações de cantores.

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